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A Síndrome E [Franck Thilliez]

À la française 9 de dezembro de 2013 Aline T.K.M. 7 comentários


E se a violência no âmago de um ser humano pudesse ser ativada estimulando seu cérebro sem que o próprio indivíduo se desse conta?
Best-seller em seu país de origem, o thriller francês traz assassinatos frivolamente executados enquanto caminha pelas vias labirínticas da psique humana.

O mistério começa quando Lucie Henebelle, tenente de polícia na cidade de Lille, recebe um pedido de socorro: seu ex-namorado ficou cego depois de assistir a um curta-metragem anônimo, comprado do filho de um colecionador falecido, e sugere que isso se deva à existência de conteúdo escondido na película. Em paralelo, o comissário Franck Sharko, então analista comportamental da Divisão de Repressão à Violência, é convocado para seguir as investigações decorrentes da descoberta de cinco cadáveres cujas mãos, dentes e olhos foram arrancados, além do crânio serrado e cérebro desaparecido.

Basta um telefonema esquisito e não demora muito para que Lucie e Sharko estabeleçam alguma conexão entre os dois eventos. Mensagens subliminares, estimulação cerebral, pitadas de neuromarketing e histeria coletiva são alguns dos ingredientes da trama, sem esquecer os crimes violentos e a relação com a sétima arte. Inspirador.

À medida que se conhecem melhor, Sharko e Lucie percorrem distâncias (Egito, Bélgica, Canadá, e mesmo o interior da própria França) atrás de pistas promissoras que envolvem hospitais e orfanatos, e investigam sobre um cineasta visionário em um projeto tão bizarro quanto cruel datado dos anos 50. Ainda, deparam-se com a chamada “síndrome E” e com vislumbres da origem da violência.

Ao lado do mistério e das investigações, acompanhamos o desenvolvimento dos protagonistas que, por sua vez, enfrentam crises e demônios pessoais. Traumatizado pela perda da mulher e filha, Sharko é atormentado pela “presença” de uma garotinha fissurada por marrons-glacês e molho coquetel; já Henebelle sente a carreira distanciá-la cada vez mais das filhas pequenas. Tempero intrigante para a história, não fosse o fato de que A Síndrome E faz parte de uma série cujos títulos anteriores não foram lançados no Brasil – a impressão é a de que, nas entrelinhas, espera-se que o leitor já conheça algo dos personagens. Talvez isso explique o porquê de termos de nos contentar com meros flashes do passado dos personagens em questão, em especial o de Sharko.

O desfecho deliciosamente angustiante nos leva a perguntar, ainda pensando nesse assunto de série, se o próximo volume, Gataca, traz uma continuação direta do conflito que parece iniciar-se nas linhas finais de A Síndrome E. Pessoalmente, gostaria de acreditar numa resposta positiva.

LEIA PORQUE...
A Síndrome E une elementos diversos numa mesma trama, traz conspirações e forte presença do científico – toda a parte relacionada à neurologia –, que é o grande ponto forte do livro.

DA EXPERIÊNCIA...
Não superou tremendamente minhas expectativas, mas atendeu-as perfeitamente bem. Um bom thriller que eu recomendaria, sim.

FEZ PENSAR EM...
Laranja Mecânica; as questões relacionadas ao cérebro, comportamentos gerados a partir de modificações cerebrais que, por sua vez, seriam conseguidas por meio de estímulos externos, vez ou outra me fizeram lembrar o condicionamento a que Alex é submetido na trama de Burgess. A utilização da imagem como meio de estímulo. E ainda, o personagem que fica cego por causa do curta misterioso atende por Ludovic; mera coincidência ou não, a terapia utilizada em Laranja Mecânica chama-se “Técnica Ludovico”.

Título: A Síndrome E
Título original: Le Syndrome E
Autor(a): Franck Thilliez
Tradução: André Telles
Editora: Intrínseca
Edição: 2013
Ano da obra: 2010
Páginas: 368

Aline T.K.M.
Criou o Livro Lab há 12 anos e se dedicar a este projeto é uma das coisas que mais ama fazer, além de estar em contato com os mais variados tipos de expressões artísticas. Tem paixão por cinema, viajar e conhecer outras culturas. Ah, e ama ler em francês!

 

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7 comentários

  1. Oi Aline,
    Eu tive a oportunidade de ler a prova do livro, pouco antes de ele sair por aqui. Foi uma grata surpresa, eu curti essa mistura do thriller médico com o de conspiração e tudo mais. Alguns pontos me desagradaram enquanto fã de literatura policial, mas nada que prejudicasse o meu "gostar" sobre a obra. Se quiser, dá uma conferida na minha resenha.
    Beijos

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    1. Justamente, foi um livro do qual gostei bastante por envolver esse aspecto médico e psicológico também, mas como eu disse, as expectativas foram simplesmente atendidas. Não o achei um thriller arrebatador, mas gostei e quero sim ler o próximo volume da série. Beijo!

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  2. Achei esse livro muito bom. Especialmente a abordagem científica, muito bem colocada diga-se de passagem.

    Abraços
    Juan - sempre-lendo.blogspot.com.br/

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    Respostas
    1. Oi Juan, também me atraiu muito a abordagem científica no livro; aliás, devo dizer que em matéria de policial eu geralmente sinto atração especial por temas que tenham algum aspecto científico.

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  3. Adorei esse livro, um dos melhores que li esse ano, sem dúvidas. O gênero policial é o meu preferido e "A Síndrome E" ainda tem um algo a mais, um caso bem mais complexo que a maioria dos livros do gênero, e a escrita do autor é ótima, assim como as referências que o livro traz. Atualmente eu estou lendo a sequência, Gataca, e estou gostando muito, também, é do mesmo nível do anterior, só que ainda preferido "A Síndrome E" porque trata de cinema, enquanto o outro trata de genética, então fica clara a minha preferência, hehe. Mas o autor entrou pra minha lista de preferidos, com certeza, lerei qualquer coisa que ele lançar daqui pra frente. ;D

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    1. Estou, digamos, ansiosa para ler Gataca. Apesar de gostar muito desse tema envolvendo cinema, simplesmente adoro mistérios que envolvam genética, acho um assunto bárbaro, por isso minha empolgação com Gataca. Vamos ver o que vai ser, né!

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  4. Estou querendo ler esse livro faz um tempinho, bom saber que ele é algo que dá para encarar e não vamos ficar frustrado. Anotadinho já p/ ler.

    Andy_Mon petit Poison
    POISON BOOKS - Beemote (Scott Westerfeld) bit.ly/Jf00bB

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