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Chez le Libraire : Comment je suis devenu stupide, de Martin Page

À la française 28 de abril de 2013 Aline T.K.M. 5 comentários


Trouxe para vocês, como sugestão de leitura en français, um livro incrível que já resenhei – de maneira bem empolgada, por sinal – aqui no blog: Como me tornei estúpido. O autor é já bem querido por mim: trata-se do francês Martin Page; acho-o sensacional porque ele consegue unir sarcasmo, crítica, e um humor afinado, além de nos presentear com personagens dotados de deliciosa excentricidade.

Quanto ao livro, imaginem um cara que crê que a única maneira de viver melhor e mais feliz reside na estupidez. E a partir da constatação de tal ideia, passa a persegui-la e tornar-se estúpido vem a ser seu principal objetivo.

Bom, ler Martin Page em português já é uma experiência e tanto. Então, por que não lê-lo no idioma original? Fica aí a ideia...

Em tempo: tenho notado que as opiniões acerca dos livros do Page vão aos extremos, tipo “ame ou odeie”, sabe? Minha sugestão é abrir a cabeça e ir fundo; mas sou suspeita, o autor está entre meus preferidos.

COMMENT JE SUIS DEVENU STUPIDE, de Martin Page, J’ai Lu.
‘– Tu veux dire, prononça lentement Ganja en mâchant des graines médicinales, tu veux dire que tu as été stupide d'essayer d'être si intelligent, que c'était à côté de la plaque, et que devenir un peu stupide, c'est ça qui serait intelligent...’

RÉSUMÉ : Comment survivre dans le monde cruel du libéralisme triomphant quand on est, comme Antoine, un jeune homme lucide et moral ? Antoine a beau être diplômé d'araméen, de biologie et de cinéma, il n'en est pas plus heureux. Et, selon lui, ce sont précisément son intelligence et sa lucidité qui lui gâchent l'existence. Aussi décide-t-il d'arrêter de penser. Il envisage d'abord de devenir alcoolique, mais, dès le premier verre, il sombre dans un coma éthylique. Il s'intéresse ensuite au suicide, mais la mort ne l'attire décidément pas. Reste l'acte ultime – la crétinisation. Loin de tout moralisme, avec humour et détachement, Martin Page pointe les contradictions contre lesquelles nous nous battons tous, pour peu que nous tentions de réfléchir.

Vídeo-review: A Última Carta [David Labs]

Biruta 23 de abril de 2013 Aline T.K.M. 11 comentários

Luda, apesar de inconformada, parecia já ter seu destino traçado: casaria por conveniência aos interesses familiares, e viveria para sempre em sua cidade natal, cuja população e valores Luda desprezava. Contudo, a chegada de uma carta anônima alteraria completamente o curso de sua vida e, a partir daí, sua história passaria a conter muitas lacunas, segredos e imprecisões. O que seria real, o que seria falso?

Através de notícias de jornal, diários, cartas e um tanto de imaginação, o narrador de A Última Carta empreende uma busca pela verdadeira história de Luda. Entre as ruas de uma pequena cidade burguesa parada no tempo e os bulevares de Paris do final da Segunda Guerra Mundial, você acompanhará a investigação de todos os mistérios que permearam a vida de Luda – desde o recebimento da primeira carta, até a chegada da última.
Não sou apenas uma exilada. Sou uma andarilha, iluminada pelos fogos de Champs-Élysées.
[...]
Tenho medo de deixar de ser quem sou. Medo e esperança.




Observações – duvidosamente – importantes:
  • Arrumei o “problema” do vídeo espelhado! Era um negócio besta de tão simples, apenas uma opção nas configurações... Só que achei que neste modo “normal” a imagem fica esquisita, meio deformada, não sei.
  • O aparelho deixou meus dentes cabulosos neste vídeo; parece que tenho vários dentes colados um por cima do outro. Medonho, mas a boa notícia (pelo menos para mim) é que não falta muito para tirá-lo.
  • De novo, o livro é magnífico! Excelente para quem curte algo introspectivo, com foco no psicológico.


Título / Título original: A Última Carta
Autor(a): David Labs
Ilustrações: Casa Rex
Editora: Biruta
Edição: 2012
Ano da obra: 2012
Páginas: 140

Kingdom Keepers: série de livros traz aventura e mistério nos parques da Disney

Atração temática 21 de abril de 2013 Aline T.K.M. 11 comentários

Carrinhos limpando as vias de circulação, Cast Members tirando o figurino para ir para casa... Quando os parques da Disney encerram o expediente, é hora de voltarmos à “vida real”, não é? É claro que não. Por isso mesmo é que existem os livros da série Kingdom Keepers.

Deparei-me com esta série em dezembro passado, quando viajei a Orlando. E achei o máximo! Não os li, nem comprei sequer unzinho (momento arrependimento...), portanto não vim aqui fazer review. Só que não pude deixar de adorar a ideia de uma série de livros juvenis sobre os parques da Disney, fato. Mais uma forma de estender a magia dos parques e mantê-los na cabeça dos visitantes e/ou adoradores do mundo Disney.

Disney After Dark, 1º livro da série
Assinada pelo escritor Ridley Pearson e publicada pela Disney Hyperion, a série Kingdom Keepers traz aventura e mistério, e é ambientada – claro! – nos parques da Disney, em Orlando.

Cinco adolescentes são escolhidos para serem uma espécie de “guias virtuais”. Através de uma tecnologia chamada DHI – Daylight Hologram Imaging – os cinco jovens são transformados em projeções holográficas para guiar os visitantes pelo parque. No entanto, a tecnologia acaba por apresentar efeitos inesperados – e um tanto assustadores, diga-se de passagem.
Não demorará muito para que os jovens se vejam transportados, na forma de holograma, ao Magic Kingdom (aquele parque que tem o Castelo da Cinderela) durante a noite. É que o parque corre um sério perigo; a bruxa Maleficent (a Malévola, do A Bela Adormecida) e os Overtakers (grupo composto por vários vilões dos filmes Disney, entre outros personagens) planejam destruir o reino da Disney, e é bem provável que as ambições – e os estragos – não parem por aí...

Esta é só a sinopse do primeiro livro da série, Disney After Dark, lançado em 2005. São 7 livros ao todo, sendo que seis deles já foram lançados – o sexto saiu agora em abril. Não estão disponíveis em português; além das lojas em Orlando (e EUA, em geral), os livros em inglês podem ser comprados no Book Depository, na Amazon, e também sob encomenda na Livraria Cultura.


TÍTULOS DA SÉRIE KINGDOM KEEPERS:
Disney After Dark
Disney at Dawn
Disney in Shadow
Power Play
Shell Game
Dark Passage
??? – a ser lançado (o autor anunciou haver projetos de envolver os leitores na concepção do sétimo, e último, livro da série)

SOBRE O AUTOR:
O americano Ridley Pearson é um conhecido autor de suspense para adultos e de livros de aventura para jovens. Vários de seus livros figuraram nas listas de best-sellers do New York Times. É coautor, com Dave Barry, do juvenil Peter e os Catadores de Estrelas, publicado pela Cia. das Letras. Seu thriller mais recente, The Risk Agent (lançado em 2012), teve os direitos de adaptação comprados pelo ator Vince Vaugh, que produzirá e estrelará o longa.

LINKS INTERESSANTES:
  • Para quem se interessou, é legal visitar o site oficial da série Kingdom Keepers para saber mais sobre cada um dos livros e conhecer o perfil dos jovens protagonistas. Lá também tem jogos online baseados no universo da série.
  • Falando em Orlando e parques temáticos... em janeiro, contei sobre minha visitinha ao Wizarding World of Harry Potter. Um dia inesquecível, dividido aqui no blog em Parte I e Parte II.

Marina [Carlos Ruiz Zafón]

Barcelona 16 de abril de 2013 Aline T.K.M. 17 comentários


Na Barcelona dos anos 1980, o menino Óscar Drai, um solitário aluno de internato, de 15 anos, passa seu tempo livre andando pelas ruas e se encantando com a arquitetura de seus casarões. É um desses antigos casarões aparentemente abandonados que chama a atenção do garoto, que logo se aventura a entrar na casa. Dias depois, ao retornar à casa, conhece Marina, a jovem de olhos cinzentos. Os dois passam, então, a tentar desvendar o mistério que ronda uma mulher que visita uma sepultura sem nome, passando por palacetes e estufas abandonadas, e se defrontando com o mesmo símbolo – uma mariposa negra – diversas vezes, nas mais aventurosas situações por entre os cantos remotos de Barcelona. Tudo isso pelos olhos de Óscar, que passa a conviver com a falta de eletricidade do casarão, o amigável e doente pai da garota, o gato Kafka, e a coleção de pinturas espectrais da sala de retratos. Prepare-se para adentrar uma investigação cheia de mistérios, envolvendo uma intrincada história sobre um imigrante de Praga que fez fama e fortuna em Barcelona, e que teve um fim trágico com sua bela esposa. Ou pelo menos é o que todos imaginam que tenha acontecido.

Quarto romance do catalão Carlos Ruiz Zafón, Marina teria sido destinado, segundo nota do próprio autor, principalmente aos jovens leitores. Mas não só; e arrisco – de forma nada arriscada, na verdade – dizer que a esperança do autor foi bastante certeira ao desejar que o livro tivesse apelo entre todas as idades.

Sem jamais subestimar o leitor, seja ele jovem ou mais velho, a narrativa é bem construída e a linguagem, madura o suficiente. A singeleza vem na pele dos personagens; os jovens protagonistas vivem as descobertas da adolescência sem macular a inocência da amizade. Tal inocência é, sim, maculada, mas pela própria vida, por um destino desprovido de piedade e favoritismos.

Histórias que fazem de um local um personagem, não raro o verdadeiro protagonista da trama, são por si só encantadoras. Marina presenteia o leitor com uma Barcelona “perdida”, com uma história delicada e misteriosa centrada na parte velha da cidade. As páginas percorrem bairros como Sarriá e o Bairro Gótico (ou Barri Gòtic, em catalão), sem esquecer as famosas ramblas, e lhes confere vida e personalidade próprias. Reside aí uma das grandes riquezas deste livro, talvez a maior delas.

Quando ele entrou no Bairro Gótico, fui atrás. Não demorou para que sua silhueta se perdesse entre pontes estendidas entre palácios. Arcos impossíveis projetavam sombras dançantes sobre as paredes. Tínhamos chegado à Barcelona encantada, ao labirinto dos espíritos, onde as ruas tinham nomes de lenda e os duendes do tempo caminhavam às nossas costas.

Não sou totalmente a favor de rótulos e padrões mas, se é possível classificar Marina como um romance juvenil, faço questão de expressar aqui um desejo: quem dera todos os títulos juvenis – incluindo aí os YA – tratassem o leitor com a mesma inteligência com que Zafón o faz em Marina.

LEIA PORQUE...
O fator suspense é criativo e não decepciona. A grande vantagem, a meu ver, em relação aos outros tantos títulos de suspense e mistério por aí, deve-se ao texto propriamente dito. Este jamais é esquecido em função de um enredo com pretensões de ser “arrepiante”. O enredo tem o foco merecido, mas a beleza do texto permanece; as palavras estão lá e não exercem função descartável.

DA EXPERIÊNCIA...
Algumas questões fundamentais do livro, como o leitor percebe, podem ser previstas bem antes do desfecho. E isto está longe de ser um problema; pelo contrário, percebemos aí a importância de deslocar o foco exclusivo do fim, para a beleza e genialidade dos meios. Ou seja, o como importa tanto ou mais que o acontecimento sozinho.

FEZ PENSAR EM...
Aquelas lembranças que duram mais que uma vida. E, mais que apenas pensar, deixo a sugestão: se puderem, conheçam Barcelona. É de encantar!

Título: Marina
Título original: Marina
Autor(a): Carlos Ruiz Zafón
Editora: Suma de Letras
Edição: 2011
Ano da obra: 1999
Páginas: 189

PROMOÇÃO: kit “A Escolha”, do Nicholas Sparks

Sorteios e concursos 14 de abril de 2013 Aline T.K.M. 38 comentários

Para todos os fãs do Nicholas Sparks, não é porque não curto os livros do autor que vou deixar de sorteá-los aqui no Livro Lab, concordam?

O prêmio desta promoção é um kit bem gracinha do livro A Escolha, em parceria com a Novo Conceito.



Não li o livro, mas garanto que a editora caprichou no kit: vem com um lápis em forma de ossinho, a coisa mais fofa!



Para concorrer ao kit é preciso ter um endereço no Brasil.
Depois, basta seguir as regrinhas abaixo. Após cumprir os itens obrigatórios no formulário, aparecerão vários outros para obter chances adicionais.


Ações obrigatórias:
Seguir o blog via GFC.
Curtir a página do Livro Lab no Facebook (marquem a opção “visualizar no feed de notícias”!).
Comentar neste post.
Preencher o formulário Rafflecopter abaixo.

a Rafflecopter giveaway


Para divulgar o banner da promoção:

IMPORTANTE:
- Serão aceitas participações até 17/05/2013.
- Todos os itens obrigatórios deverão ser cumpridos para que a participação seja válida.
- O resultado será publicado neste mesmo post.
- Logo da publicação do resultado, enviarei um e-mail ao sorteado(a), que deverá ser respondido em até 3 dias. Não havendo resposta dentro do prazo, será feito um novo sorteio.
- O prêmio será enviado em até 30 dias.

Vi na Livraria: a ficção científica de Philip K. Dick

Aleph 13 de abril de 2013 Aline T.K.M. 8 comentários


Desta vez venho falar de dois livros que chamaram muito minha atenção recentemente. Acho até que seria mais justo dizer que foi o autor, Philip K. Dick, o responsável pela tamanha curiosidade que senti ao folhear seus livros na livraria.

O americano Philip K. Dick é considerado referência quando o assunto é ficção científica do século XX. Apesar do pouco reconhecimento em vida, sua obra hoje tornou-se conhecida e bastante admirada; vários de seus contos foram adaptados para o cinema, resultando em filmes como Blade Runner e Minority Report, entre outros.

Mas chega de blá blá blá, e vamos conhecer os dois livros do autor que me deixaram extremamente tentada a gastar ainda mais na livraria. Não os comprei, mas foram direto para a minha wishlist, que a esta altura já está quilométrica.

FLUAM, MINHAS LÁGRIMAS, DISSE O POLICIAL, de Philip K. Dick, Ed. Aleph.
SINOPSE: Neste romance, Philip K. Dick explora os limites entre percepção e realidade, criando uma impressionante distopia na qual Jason Taverner, um dos apresentadores mais populares da TV, um dia acorda sozinho num quarto de hotel e percebe que tudo mudou; que se tornara um ilustre desconhecido. E pior. Descobre que não há qualquer registro legal de sua existência. Dividido agora entre duas realidades, ele vê-se obrigado a recorrer ao submundo da ilegalidade enquanto tenta reaver seu passado e entender o que de fato aconteceu, dando início a uma estranha busca pela própria identidade.
Ao unir à trama desconcertante uma sensível incursão no comportamento e nas emoções humanas, Philip K. Dick prende o leitor e faz desse livro um de seus trabalhos mais comoventes.
Escrito em 1974, Fluam, minhas lágrimas, disse o policial foi publicado pela primeira vez no Brasil na década de 80, sob o título Identidade Perdida: O Homem que Virou Ninguém. O livro foi indicado aos prêmios Nebula, em 1974, e Hugo, em 1975, ano em que venceu o Prêmio John W. Campbell como melhor romance de ficção cientifica.


O HOMEM DO CASTELO ALTO, de Philip K. Dick, Ed. Aleph.
SINOPSE: Neste romance perturbador e surpreendente, publicado originalmente em 1962 e vencedor do Prêmio Hugo, Philip K. Dick apresenta um cenário sombrio: a Segunda Guerra Mundial foi vencida pelos nazistas. O mundo vive sob o domínio da Alemanha e do Japão. Os negros são escravos. Os judeus se escondem sob identidades falsas para não serem completamente exterminados.
É nesse contexto assustador que se desenvolvem os dramas de vários personagens, cujas vidas acabam entrelaçadas pelos ditames do I Ching, o milenar oráculo chinês, e que se descobrem envolvidos em situações além de seu controle. Considerado por muitos o melhor trabalho de Philip K. Dick, O Homem do Castelo Alto apresenta uma versão alternativa da História, revelando um olhar crítico e filosófico sobre a condição humana.
E, antecipando filmes e seriados de sucesso, levanta a grande questão: "O que é a realidade, afinal?"



Estes são apenas dois dos livros do autor pelos quais fiquei bastante atraída. Creio que ainda não li uma senhora ficção científica; ainda não me aventurei nos clássicos, e os poucos livros que li que continham pitadas do gênero não foram leituras absurdamente surpreendentes neste quesito – se não me falha a memória.

Para finalizar, sugiro que vejam os demais livros do Philip K. Dick na site da Editora Aleph. Assim como eu, aposto que vocês incluirão de imediato um ou mais deles (ou todos!) na wishlist.


5 motivos para ler Daniel Galera

5 motivos para ler 11 de abril de 2013 Aline T.K.M. 9 comentários

Daniel Galera nasceu no dia 13 de julho de 1979. Cresceu em Porto Alegre, onde voltou a morar após ter vivido em São Paulo (onde nasceu) e Garopaba. Com romances e contos publicados, o autor também tem um livro de quadrinhos e participou de algumas antologias.

Formado em Publicidade, já escreveu em um fanzine e fundou uma editora independente com dois colegas, a já extinta Livros do Mal, através da qual publicou seus dois primeiros livros.

Ainda no campo da literatura, Daniel Galera também atua como tradutor (especialmente das novas gerações), tendo traduzido autores como David Foster Wallace e Irvine Welsh (ambos com co-tradução de Daniel Pellizzari), além de quadrinhos de Robert Crumb. Em 2005, exerceu o cargo de coordenador do Livro e da Literatura na Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura de Porto Alegre.

Deem só uma olhadinha em cinco dos inúmeros motivos para ler o escritor:

1. O nome de Galera figurou na lista dos 20 melhores jovens escritores brasileiros na revista Granta em 2012, que indicou os escritores que moldarão a literatura brasileira. A revista britânica, que é uma das mais respeitadas mundialmente e a mais célebre no meio literário, publicou o texto intitulado “Apneia” (ou “Apnoea”, em inglês). Nele, um pai anuncia ao filho seu suicídio iminente – trata-se do primeiro capítulo de Barba ensopada de sangue, quarto livro do autor e um dos lançamentos mais esperados de 2012.

A publicação de um capítulo na Granta foi uma das razões – óbvio – da imensa expectativa em torno do lançamento; porém, outro fator relevante foi que antes de sair no Brasil, os direitos de publicação do livro já haviam sido vendidos para cinco países. O livro também recebeu elogios e blurbs assinados por nomes importantes – os escritores Gonçalo M. Tavares e Ricardo Piglia, por exemplo.

Barba ensopada de sangue traz bastante do próprio autor – a ambientação em Garopaba (onde ele viveu por um tempo), a paixão pela natação –, ainda que enredo e personagens sejam em sua maioria fictícios. Segundo Galera, seu maior interesse no livro “era investigar como uma vida prosaica e anônima pode se converter em mito ou lenda numa pequena comunidade”.

2. O escritor foi um dos pioneiros no que diz respeito à literatura na internet. Entre 1997 e 2001, Daniel já usava a rede para publicar textos em portais e fanzines eletrônicos. Foi colunista fixo do e-zine CardosOnline, que também revelou a gaúcha Clarah Averbuck e o amazonense Daniel Pellizzari.

Capa de Cachalot, edição francesa de
Cachalote
3. Daniel Galera é considerado um dos jovens autores brasileiros mais bem posicionados no mercado estrangeiro. Os direitos de sua obra foram vendidos para países como Inglaterra, EUA, França, Portugal, Argentina, Romênia e Holanda. Também seu livro Cachalote, um álbum em quadrinhos com o desenhista Rafael Coutinho, foi para o exterior; com o título de Cachalot, saiu na França pela editora Cambourakis em uma edição que o próprio autor chamou de “belíssima”.

O autor não se destaca apenas como um jovem talento. Sua escrita, dotada de temáticas e estilo próprios, mostra que ele veio para continuar em carreira ainda mais vasta.

4. Em 2008, o livro Cordilheira foi o vencedor na categoria “romance” do Prêmio Literário Machado de Assis da Fundação Biblioteca Nacional, e foi terceiro lugar na mesma categoria do Prêmio Jabuti. Ambientado em Buenos Aires, o livro fez parte do projeto Amores Expressos da Companhia das Letras, em que diversos escritores brasileiros visitaram capitais estrangeiras para escrever títulos de ficção.

5. O incrível Barba ensopada de sangue ganhará adaptação para o cinema, sob a direção de Karim Aïnouz (diretor de O Céu de Suely).

Não será a primeira adaptação de Galera; seu livro Até o dia em que o cão morreu também teve adaptação, chamada Cão Sem Dono, dirigida por Beto Brant e Renato Ciasca, e cujo roteiro contou com a participação do próprio Daniel Galera e do escritor Marçal Aquino (aquele do Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios).

O livro de contos Dentes guardados também foi adaptado, desta vez para o teatro, por Mário Bortolotto em 2002.

PRINCIPAIS OBRAS:
Dentes guardados (2001) - contos
Até o dia em que o cão morreu (2003)
Mãos de cavalo (2006)
Cordilheira (2008)
Cachalote (2010) - quadrinhos
Barba ensopada de sangue (2012)


O Reino [Clive Cussler, Grant Blackwood]

Aventura / Ação 9 de abril de 2013 Aline T.K.M. 13 comentários


Um barão do petróleo do Texas procura o casal Fargo com um pedido pessoal: um investigador amigo do próprio casal estava em missão buscando o pai desaparecido do barão, porém agora também o investigador está sumido. Sam e Remi Fargo seriam capazes de procurar pelos dois? Em uma viagem que os levará ao Tibete, Nepal, Bulgária, Índia e China, o casal se verá envolvido com fósseis, segredos antigos e descobertas maiores do que qualquer um podia imaginar...

Descobertas arqueológicas, armadilhas, mistério e perseguições em locais inóspitos. Condições que brilham aos olhos de todo adorador de histórias de aventura. O Reino tem tudo isso e, completando o pacote, é simpaticamente apresentado em uma das capas mais legais que vi ultimamente em minhas andanças.

Os protagonistas da vez são Remi e Sam Fargo, um casal de caçadores de tesouros que se encaixa perfeitamente no perfil companheiro. Com uma pequena particularidade: aventureiros, eles topam qualquer parada juntos, mesmo que isso signifique explorar cavernas ou enfrentar perigos que intimidariam qualquer um.

A ação é mantida em tempo integral, o que garante uma leitura longe do tédio e livre de passagens maçantes. Os protagonistas enfrentam verdadeira corrida contra o tempo em sua missão e é também dessa forma que o leitor atravessa as páginas, em ritmo intenso e sem tempo para explicações exageradas. O preço disso tudo – infelizmente há um preço – é o desenvolvimento consideravelmente superficial dos personagens. Sem dramas: os Fargo são engraçados e têm tiradas ótimas. Só não esperem aquele quê psicológico tão próprio dos livros que costumamos achar "geniais". Aqui, o foco está justamente na ação, naqueles eventos quase sempre acompanhados da sensação de frio na barriga.

Mesmo que a narrativa seja ágil, o desfecho não precisava de tamanha velocidade – no sentido literal da palavra mesmo. Aquele nó suficientemente intrincado é desatado em um piscar de olhos. Simplesmente não há genialidade na reta final, seja pela falta de surpresas realmente surpreendentes ou ainda por não haver um desdobramento do que se passa com os vilões da história. Não me entendam mal, a trama empolga. Só não precisava ser tão apressada em sua conclusão.

LEIA PORQUE...
A temática arqueológica e a expectativa de descobertas que responderiam a muitas questões sobre as origens da humanidade são, por si só, eletrizantes. Acrescente aí umas tantas paisagens ermas, assustadoras por sua imensidão, mas ainda assim magníficas... Difícil manter-se indiferente!

Não é daquelas leituras que convidam à reflexão ou que têm um significado ultraprofundo, e... tudo bem! Diversão gratuita, sim, e quem se importa?

DA EXPERIÊNCIA...
O desenrolar e a ação da trama acabam, de alguma forma, “compensando” o desfecho que considerei decepcionante. Só não aconselho comparações excessivas com O Espião – também do autor, mas com o detetive Isaac Bell no comando –, a meu ver, superior em inúmeros aspectos.

FEZ PENSAR EM...
Casamento! Sim, os Fargo têm um relacionamento deveras interessante. Depois de um dia exaustivo e regado a percalços, eles ainda se permitem comentários sugestivos, sutilmente sexies. Isso é que é casal, minha gente!

Título: O Reino
Título original: The Kingdom
Autor(a): Clive Cussler, Grant Blackwood
Editora: Novo Conceito
Edição: 2012
Ano da obra: 2011
Páginas: 336

Livro + Filme: Thérèse Desqueyroux nos cinemas

À la française 6 de abril de 2013 Aline T.K.M. 13 comentários

Vim aqui falar de um livro que está na minha fila de leitura há pouco mais de um ano – deste ano não passa! E de uma adaptação cuja estreia eu já aguardava ansiosamente. Sem muito suspense, falo de Thérèse Desqueyroux.

LIVRO: Thérèse Desqueyroux, de François Mauriac, Cosac Naify (coleção Prosa do Mundo).
Sinopse: A trama acompanha o percurso da protagonista de um escândalo conjugal, juntando-se a ela em um tortuoso exame de consciência. Thérèse tenta envenenar o marido, Bernard. No entanto, para evitar escândalos e proteger os interesses da filha do casal, Bernard depõe de forma a livrar a esposa dos tribunais. Reclusa em seu quarto, Thérèse é tomada por uma prostração tão profunda que seu marido, assustado, já não sabe qual decisão tomar. Será que ele realmente deve dar a liberdade a Thérèse?

De François Mauriac, o livro foi publicado originalmente em 1927 e é um clássico da literatura francesa. Adquiri-o de maneira memorável; ao visitar um mercado de pulgas dominical com um amigo muito querido, parei (claro!) para garimpar livros. Foi o Benoît quem me apontou o livro, sugerindo que o levasse. E levei, por meros 50 centavos de euro. Não digitei errado, não. Um exemplar em ótimo estado – somente as folhas já estavam amareladas – de Thérèse Desqueyroux por 50 centavos de euro! Todos os livros estavam com preços similares, uma tentação só. Não enchi minha bolsa com dezenas deles somente porque já pensava que não conseguiria trazê-los todos quando voltasse para o Brasil. Mas só por isso.

FILME: Thérèse D., direção de Claude Miller, França, 2012.
Sinopse: Em uma época onde os casamentos eram feitos para unir as terras e aliar as famílias, Thérèse casa-se muito cedo e torna-se a senhora Desqueyroux. Bernard tolera a personalidade e as opiniões fortes de sua brilhante esposa, mas ela logo se vê sufocada pelo tédio de sua vida provincial e pela mediocridade intelectual de seu marido. Mas Thérèse não cede às convenções da sociedade de sua época. Ela sonha com o a efervescência cultural de Paris e começa a procurar uma maneira de revolucionar sua vida. Para se libertar do destino que lhe foi imposto, ela será capaz de tudo.

O filme estreou esta semana e é, na realidade, a segunda adaptação cinematográfica do livro – a primeira é de 1962 e teve Emmanuelle Riva, do filme Amor, como protagonista. O remake, intitulado Thérèse D., traz Audrey Tautou no papel principal e foi o último filme do diretor francês Claude Miller, que faleceu em abril passado devido a um câncer. Thérèse D. encerrou a edição de 2012 do Festival de Cannes.



Sobre o autor: François Mauriac nasceu em 1885, em Bordeaux, França. De família burguesa, católica e conservadora, em seus romances enfocava a vida burguesa e explorava o combate do bem e do mal. Seu nome figura entre os grandes escritores franceses do século XX; fez parte da Academia Francesa de Letras e, em 1952, recebeu o Nobel de Literatura.

Chez le Libraire : Le vieux qui ne voulait pas fêter son anniversaire, de Jonas Jonasson

À la française 2 de abril de 2013 Aline T.K.M. 7 comentários


Vi o livro de estreia do sueco Jonas Jonasson ainda na França e não pude conter a curiosidade. Motivo? Basta dar uma olhadinha na capa e no título (em tradução livre, “O velho que não queria celebrar seu aniversário”). Em seguida, a sinopse só vem a reforçar o porquê de estar curiosa e a vontade de ter o livrinho em mãos.

Acabei não comprando o dito-cujo por economia besta, e me arrependi quase que amargamente – ainda não tem edição brasileira. Em português, por enquanto só o de Portugal, com o título O centenário que fugiu pela janela e desapareceu, pela Porto Editora.

Ainda posso comprar a edição traduzida em francês (já está na wishlist), mesmo que me saia um pouquinho mais caro; a economia, no fim, terá sido em vão.
Para os que não leem em francês e não estão a fim de ler em português lusitano, o livro também tem edição em inglês e em espanhol. Além, claro, do original em sueco e das traduções em outras tantas línguas - aventurem-se!

Atualizando... O livro será lançado aqui no Brasil pela Editora Record, com o título O ancião que saiu pela janela e desapareceu. Vibrei com a notícia!

LE VIEUX QUI NE VOULAIT PAS FÊTER SON ANNIVERSAIRE, de Jonas Jonasson, Presses de la Cité.
RÉSUMÉ : Alors que tous dans la maison de retraite s’apprêtent à célébrer dignement son centième anniversaire, Allan Karlsson, qui déteste ce genre de pince-fesses, décide de fuguer. Chaussé de ses plus belles charentaises, il saute par la fenêtre de sa chambre et prend ses jambes à son cou.
Débutent alors une improbable cavale à travers la Suède et un voyage décoiffant au coeur de l’histoire du XXe siècle. Derrière ce frêle vieillard en pantoufles se cache un artificier de génie qui a eu la bonne idée de naître au début d’un siècle sanguinaire.

Grâce à son talent pour les explosifs, Allan Karlsson, individu lambda, apolitique et inculte, s’est ainsi retrouvé mêlé à presque cent ans d’événements majeurs aux côtés des grands de ce monde, de Franco à Staline en passant par Truman et Mao.

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