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Chez le Libraire : Bal de Givre à New York, de Fabrice Colin

Albin Michel 31 de julho de 2013 Aline T.K.M. 6 comentários


O que me atraiu no livro é o fato de que ainda não tive a experiência de ler algo do gênero fantástico de autoria francesa. E o lançamento recente no Brasil me deixou com lombrigas de conhecê-lo em seu idioma de origem.

Entre suas publicações, o autor Fabrice Colin tem romances, quadrinhos e narrativas curtas, entre outros. Escreve para adultos e jovens, principalmente nos gêneros fantasia e ficção científica. Foi algumas vezes ganhador do Grand Prix de l’Imaginaire, o prêmio de maior prestígio – e o mais antigo ainda em atividade na França – consagrado à literatura fantástica, ficção científica e gêneros derivados.

No Brasil, BAILE DE GELO EM NOVA YORK foi publicado pelo selo Rocco Jovens Leitores, e é a estreia do autor por aqui. A história se passa em um futuro próximo e conta a história de Anna Claramond, que não se lembra de nada exceto seu próprio nome. Envolve-se com o belo Wynter, herdeiro de uma poderosa dinastia, mas a garota sente que há algo de estranho, que ela se encontra em perigo. Sem a certeza de saber em quem deve ou não confiar, Anna precisa de sua memória de volta. Mas, uma vez recuperada, o que será que ela encontrará pelo caminho?

BAL DE GIVRE À NEW YORK, de Fabrice Colin, Éditions Albin Michel.
RÉSUMÉ : Anna Claramond ne se souvient plus de rien. Seul son nom lui est familier. La ville autour d’elle est blanche, belle, irréelle. Presque malgré elle, la jeune fille accepte les assiduités du beau Wynter, l’héritier d’une puissante dynastie. Bal de rêve et cadeaux somptueux se succèdent avec lui mais Anna sent que quelque chose ne va pas. Qu’elle est en danger. De plus, des indices et des messages sont semés à son attention par l’insaisissable Masque, un fugitif recherché.
Qui est son ennemi, qui est son ami ? Anna sait qu’elle doit se souvenir. Mais que lui réservera sa mémoire une fois retrouvée ?

NO BRASIL... Baile de Gelo em Nova York, de Fabrice Colin, Rocco Jovens Leitores.


Mais desejados do mês - julho/2013

Alfaguara 29 de julho de 2013 Aline T.K.M. 9 comentários


Mês de ótimos lançamentos literários, mas sente só dois deles que eu quis (e continuo querendo) loucamente...

1. CONTOS REUNIDOS, de Vladimir Nabokov, Alfaguara. [Skoob]
2. A ESPUMA DOS DIAS, de Boris Vian, Cosac Naify. Já falei desse livro por aqui... [Skoob]

BÔNUS: Vestido vintage, da Lollishop.

Fiquei louca por esse vestido com coração vazado nas costas, mas como penso umas quatrocentas e oitenta vezes antes de comprar algo, não sei se ele vai ser meu ou se acabo gostando mais de outro por aí - estou há um tempão em vias de dar um pulo numa Benedito Calixto da vida.


A Festa de Babette [Karen Blixen]

Cosac Naify 27 de julho de 2013 Aline T.K.M. 7 comentários


Numa noite de tempestade, uma fugitiva da repressão na Comuna de Paris chega à casa das irmãs Martine e Philippa, num vilarejo norueguês. Com uma carta de recomendação de Monsieur Papin, cantor de ópera que no passado fora apaixonado por uma das irmãs, Babette passa a oferecer seus serviços de cozinheira em troca de abrigo. Até o dia em que ganha dez mil francos na loteria.
Babette se oferece para preparar um banquete à francesa em homenagem ao falecido pai de suas benfeitoras. Ainda que receosas e preocupadas, as irmãs aceitam o tal banquete...


A situação conflituosa entre o banquete de Babette e a religiosidade e auteridade das irmãs Martine e Philippa, conforme vemos nas enxutas 64 páginas do livro, suscita interpretações sagazes.

Sem qualquer indício de agressividade explícita, e acompanhada por uma atmosfera de beleza, a trama mostra o exercício de uma religiosidade ortodoxa e dogmática, que acaba por se revelar altamente egoísta. Especialmente no que diz respeito às duas irmãs que, tendo renunciado a um destino de felicidade e realizações, se mantêm fiel ao falecido pai (que fazia parte da classe eclesiástica) e à prática do desapego. Os habitantes do vilarejo, tal como Martina e Philippa, levam uma vida austera e insípida; os excessos, o carnal, o mundano, e o prazer - inclusive em relação à boa comida - são condenados.

Babette dará novo colorido ao vilarejo de Berlevaag durante o banquete - fonte de prazer e pecado, mas também de felicidade - que deseja oferecer na casa das irmãs. Motivada pela generosidade, mas, e principalmente, pela artista que tem dentro de si, a francesa vê no banquete o deleite dos convidados e também algo de realização pessoal. Provar algo a si mesma e aos demais em fins do século 19, e na posição de uma mulher, requer coragem e determinação além do visível.

O texto “fácil” e a mensagem que ele traz fazem de A Festa de Babette, conto mais conhecido da dinamarquesa Karen Blixen, uma leitura daquelas que a gente tem vontade de recomendar.

Mas será que a boa e fiel criada se dava conta de que partindo de Berlevaag estaria deixando tanta gente velha e pobre mergulhada em aflição? Suas caras irmãzinhas não teriam mais tempo para os enfermos e desvalidos. Sem sombra de dúvida, loterias eram uma coisa blasfema.

LEIA PORQUE...
A adaptação cinematográfica do conto é bastante aclamada, tendo levado o Oscar de filme estrangeiro em 1988. (Venho prometendo a mim mesma, há anos, assistir ao filme.) A película franco-dinamarquesa A Festa de Babette (1987) tem direção de Gabriel Axel.

DA EXPERIÊNCIA...
Surpresa das boas. Sem falar que é inevitável traçar um paralelo entre as habilidades gastronômicas de Babette, que não haviam sido plenamente reconhecidas por ser mulher, e o fato de a autora ter sido mais conhecida pelo pseudônimo masculino Isak Dinesen.

FEZ PENSAR EM...
Comida! Na sopa de tartaruga. Na Comuna de Paris, o primeiro governo em que o papel governante cabia à classe operária. E na necessidade vital do artista de mostrar seu potencial.

Título: A Festa de Babette
Título original: Babette’s feast
Autor(a): Karen Blixen
Editora: Cosac Naify
Edição: 2012
Ano da obra: 1950 (na revista Ladies’ Home Journal), 1958 (no livro Anecdotes of Destiny)
Páginas: 64

PROMOÇÃO: “Charlotte Street”

Sorteios e concursos 25 de julho de 2013 Aline T.K.M. 8 comentários

Quer ganhar um kit do livro CHARLOTTE STREET, de Danny Wallace?

Além do livro e do marcador de páginas, o kit vem com um case que, tecnicamente, é para câmera, mas eu uso para guardar meu iPod.

Um pouco mais sobre o livro:



PARA PARTICIPAR, É PRECISO:
1. Clicar em +1 no botão do Google+.
2. Curtir a página do Livro Lab no Facebook.
3. Preencher o formulário Rafflecopter abaixo.

CHANCES ADICIONAIS:
1. Seguir o blog via Google Friend Connect.
É só clicar em “Participar deste site” no menu ao lado.
2. Tuitar a frase:
#Promoção Quer ganhar um kit do livro CHARLOTTE STREET no blog Livro Lab? Saiba como: http://tinyurl.com/promo-charlottest
3. Inscrever-se para receber os posts do Livro Lab por e-mail.
Atenção: tem que confirmar a inscrição pelo link que você receberá por e-mail para ganhar a chance extra.

a Rafflecopter giveaway


IMPORTANTE:
- Para concorrer, é necessário ter um endereço no Brasil.
- Serão aceitas participações até 25/08/2013.
- Todos os itens obrigatórios deverão ser cumpridos para que a participação seja válida.
- O resultado será publicado neste mesmo post.
- Logo da publicação do resultado, enviarei um e-mail ao sorteado(a), que deverá ser respondido em até 3 dias. Não havendo resposta dentro do prazo, será feito um novo sorteio.


O Fio [Victoria Hislop]

Grécia 22 de julho de 2013 Aline T.K.M. 11 comentários


“Esta história é sobre Tessalônica, a segunda cidade da Grécia. Em 1917, a população era composta por cristãos, muçulmanos e judeus. Três décadas depois, sobraram apenas os cristãos.”

Em 1917, Dimitri Komninos nasce enquanto o fogo devasta a cidade de Tessalônica. Filho de um rico comerciante de tecidos, o garoto é educado para a vida aristocrática, mas decide fugir com o exército durante a Segunda Guerra. Katerina, bordadeira de renome e melhor "modistra" da cidade, é uma refugiada da Ásia Menor e se perde da mãe ainda criança.
Dimitri e Katerina se conhecem quando crianças em uma vizinhança que reúne judeus, cristãos e muçulmanos, gregos antigos e gregos “novos”. Sem saber, eles têm suas vidas unidas por uma força sem igual.
Acompanhando a vida desses dois personagens, o leitor é convidado a mergulhar na história grega recente: desde a guerra com a Turquia, e a troca de populações que a sucedeu, até as batalhas contra os nazistas e os horrores da guerra civil.


O Fio é um daqueles livros que trazem muitas histórias em uma só, todas elas meticulosamente entrelaçadas e, ao mesmo tempo, fundindo-se com seu pano de fundo. Aliás, bem mais que mero pano de fundo, a Grécia – mais especificamente, a cidade de Tessalônica – é o verdadeiro “fio” que conduz os personagens em suas trajetórias.

Numa Grécia de calamidades políticas, em que o calor do verão é tão opressivo quanto à ditadura, e o antissemitismo, uma sombra a marcar gerações, o leitor acompanha os horrores de eventos que devastaram o país ao longo do século XX.
As desilusões, as esperanças e a força de sentimentos mil levam o leitor a criar laços de afeto e mesmo se apropriar de Dimitri, Katerina, Olga, Pavlina, Eugenia, e da família Moreno. E a torcer pela reconciliação e pelo reencontro, e, sobretudo, por uma história de amor capaz de atravessar distâncias e de sobreviver à implacável ação do tempo.

O Fio é uma história de amor e desamor, de perdas e de resiliência; é a história de um povo – composto por tantos outros povos –, da paixão por um ofício e de um dom. É também a história de mulheres cuja sobrevivência depende, muitas vezes, de sua submissão e de seu silêncio, um silêncio sempre carregado de dor.

Dimitri vira muita destruição e muitas vidas desperdiçadas, muita brutalidade, medo e violência. Experimentara o ódio do pai e vira irmão se voltando contra irmão. Assistira a um país inteiro em guerra e nada disso fazia tanto sentido quanto aquele abraço.

LEIA PORQUE...
Mesmo que os personagens e muitos dos lugares citados não passem de ficção, todos os eventos históricos narrados são verdadeiros.

DA EXPERIÊNCIA...
O drama não é pouco; apesar das mazelas vividas pela população e dos tantos infortúnios que pairam sobre cada um dos personagens, a narrativa mantém um ritmo envolvente em toda sua extensão.

FEZ PENSAR EM...
Contrastes. E em quando conheci a incrível Atlantis Books, na Grécia.

Título: O Fio
Título original: The Thread
Autor(a): Victoria Hislop
Editora: Intrínseca
Edição: 2013
Ano da obra: 2011
Páginas: 368

Vi na Livaria: O Verão Sem Homens, de Siri Hustvedt

Companhia das Letras 19 de julho de 2013 Aline T.K.M. 9 comentários


Recentemente, recebi através de uma troca pelo Skoob o livro O Que Eu Amava, da autora Siri Hustvedt – ainda não o li, a troca foi mesmo bem recente. Ouvi falar do livro por acaso e, desde então, fiquei muito interessada nele e em outros livros da autora. Pelo que li por aí, Siri sempre trata de incluir um teor psicológico importante em suas tramas. (Adoro, e isso não é novidade!)

E aí, também recentemente, topei com O Verão Sem Homens na livraria, que, aliás, acabou de ser lançado.

O que me chamou a atenção é que, segundo a própria autora, o livro traz uma história banal, mas contada de um jeito nada banal. Com narrativa irônica, a história parece ser bem-humorada (apesar do tema “trágico”); pelo menos é isso o que promete este artigo na seção Cultura do site O Globo.

Olha, deu vontade de ler...

O VERÃO SEM HOMENS, de Siri Hustvedt, Companhia das Letras.
SINOPSE: Mia e Boris são casados há trinta anos. Ela é filósofa e poeta. Ele, neurocientista. Sem aviso, ele decide que é momento de dar um tempo no relacionamento. O motivo: francesa, vinte anos mais jovem, colega de laboratório dele. Mia tem um colapso nervoso e, após passar um breve período internada no hospital, decide passar as férias de verão em sua cidadezinha natal, em Minnesota. Sua mãe ainda vive lá, em um condomínio para idosos.

Lá, Mia oferece uma oficina de poesia para estudantes locais. Toma contato com as amigas da mãe, com as meninas da oficina (e suas interações marcadas por uma feroz rivalidade), e também com a nova vizinha, uma jovem mãe de duas crianças pequenas, casada com um homem ausente, estressado e agressivo.

A partir da convivência com essas mulheres ao seu redor, e longe da sombra das figuras masculinas que marcaram sua vida, Mia enfim pode reavaliar sua trajetória e encontrar suas próprias respostas.


UN LIVRE, UN JOUR: dose diária de literatura na TV

À la française 18 de julho de 2013 Aline T.K.M. 9 comentários

Dica ligeira para os leitores francoparlantes!

Já conhecem o programa Un livre, un jour?
Un livre, un jour é um programa de televisão transmitido diariamente na França; aqui no Brasil, podemos vê-lo no canal pago TV5 Monde.
Como uma minirrevista literária, o programa apresenta uma obra a cada emissão – com apenas 2, 3 minutos de duração, em média – através de um pequeno bate-papo com o respectivo autor. Romances, biografias, quadrinhos, livros infantis... a ideia é mostrar um livro diferente por dia.

A primeira emissão do programa aconteceu há mais de 20 anos, e continua a ser gravado até hoje! Pessoalmente, acho legal para conhecer livros diferentes, não necessariamente esses que estamos tão acostumados a ver o tempo todo por aí.

A má notícia é que não tem legendas.

Assistir ao programa nem sempre é possível (até porque os horários de transmissão não ajudam muito), mas dá para acompanhar os livros mostrados a cada dia, com uma pequena sinopse, pelo site do Un livre, un jour.

No entanto, o site não disponibiliza os programas em vídeo. Para assistir online às emissões dos dias anteriores, é preciso acessar este cara simpático AQUI. (Aliás, nesse site dá para assistir a vários outros programas da televisão francesa...)

E finalmente, também sugiro dar uma olhada no canal do Un livre, un jour no YouTube, onde encontramos entrevistas com escritores – pena que as atualizações não sejam atividade frequente por lá.


A Livraria 24 Horas do Mr. Penumbra [Robin Sloan]

Literatura norte-americana 15 de julho de 2013 Aline T.K.M. 23 comentários


Desempregado, o web-designer Clay Jannon acabou arranjando trabalho em uma livraria comandada pelo excêntrico Mr. Penumbra. Lugar peculiar, que recebe a visita de apenas um pequeno grupo de clientes – e todos se dirigem às prateleiras cujos livros Clay não tem permissão para ler.
Com a ajuda de Kat Potente, que trabalha no Google (e que deposita na empresa o sentido de sua vida), do amigo de infância Neel, e também da tecnologia, Clay Jannon tentará desvendar o enigma que ronda os livros antigos da livraria e o grupo de clientes que os lê.


Basicamente, uma divertida aventurinha nerd. O pessoal familiarizado com jogos de RPG, que baixa aplicativos para absolutamente tudo, e que curte Ninja Fruit e sagas de dragões e feiticeiros, provavelmente se sentirá em casa com essa leitura. E quem sabe até se identifique com um ou outro personagem. Para quem não é muito ligado nisso tudo – incluo-me neste grupo – o livro ainda é divertido. Em ambos os casos, é bom evitar expectativas altíssimas; o livro cumpre o papel de leitura gostosa e descompromissada, e só.

O texto flui com naturalidade, quase como assistir a um episódio de alguma série ou a um filme estilo sessão da tarde. Como um amigo próximo, o narrador – que é também o protagonista – trata de sempre incluir o leitor em seus pensamentos e ações. Tal artifício deu à leitura – a meu ver – certa propriedade antitédio.

A trama bastante simples, onde a tecnologia (e seus dispositivos) ocupa papel quase central, em determinados momentos se parece a algum tipo de “ode ao Google”. A empresa é idolatrada tal qual um templo cujo deus jaz em sarcófagos conhecidos por Big Box – conjunto de containeres que são como HDs gigantescas, e que contêm uma cópia atualizada de todo o conteúdo que está na internet.
Em paralelo, deparamo-nos com uma mensagem apaixonada sobre livros e seus adoradores, numa tentativa de aceitação e de coexistência pacífica com a tecnologia.

Mas o autor escorrega feio em alguns aspectos. Pior que a personalidade oca da insossa Kat Potente, é a facilidade com que as soluções se desenrolam – de forma quase "mágica", inclusive. Se por um lado o dinamismo da leitura é preservado, por outro, o leitor é privado de compartilhar do papel de investigador, ficando reduzido a mero espectador dos fatos e ouvinte do narrador personagem. Faltou sustância ao mistério da trama.

Em suma, A Livraria 24 Horas do Mr. Penumbra distrai, sim, mas não chega a ser a maravilha prometida nos dizeres da quarta capa.

LEIA PORQUE...
As inúmeras possibilidades tecnológicas na história tornam o enredo curioso.

DA EXPERIÊNCIA...
A narrativa é ágil e o livro é daqueles que se lê rapidamente. Foi legal, mas longe de ser memorável.

FEZ PENSAR EM...
Do alto da minha ignorância tecnológica, durante a leitura fiquei me perguntando se todos aqueles “milagrinhos” da tecnologia e do Google eram mesmo reais. Mas e aí, são reais? Tudo indica que sim – confesso que não tive paciência para checar tudo.

Título: A Livraria 24 Horas do Mr. Penumbra
Título original: Mr. Penumbra’s 24-Hour Bookstore
Autor(a): Robin Sloan
Editora: Novo Conceito
Edição: 2013
Ano da obra: 2012
Páginas: 288

Chez le Libraire: Les particules élémentaires, de Michel Houellebecq

À la française 11 de julho de 2013 Aline T.K.M. 5 comentários


Mais do que apenas um livro bastante conhecido, venho mostrar neste Chez le Libraire um escritor francês que há tempos quero ler. Trata-se de Michel Houellebecq, que recentemente foi notícia ao cancelar – pela segunda vez – sua participação na Flip. Michel já havia cancelado sua participação na Flip 2011; após ter confirmado presença na edição deste ano, o escritor voltou a cancelar devido a problemas pessoais.

Mas não vim aqui falar desse "chove não molha" do autor. Vim, sim, mostrar a sinopse do livro Les particules élémentaires, que gostaria muito de ler em francês e que acredito ser interessante como dica para quem quiser praticar um pouco o idioma nessas férias – imagino que todos os cursos de idiomas estejam em período de férias, exceto para quem estiver fazendo os “intensivões” de julho.

Ouvi falar do livro por causa de sua adaptação cinematográfica. Partículas Elementares é um filme alemão baseado no romance francês, e foi lançado em 2006 sob a direção de Oskar Roehler. Apesar de já ter ouvido falar muito mal do filme, tenho uma curiosidade imensa e persistente em relação a ele – não, ainda não assisti, mas pretendo. E foi essa curiosidade que me levou a descobrir que o filme teve um livro como inspiração.

A edição brasileira, intitulada Partículas Elementares, foi publicada pela editora Sulina. A trama gira em torno de dois meios-irmãos, Michel e Bruno. O primeiro é pesquisador em biologia, que dedica sua vida inteiramente ao trabalho, em detrimento de sua vida pessoal. Já Bruno vive na constante e desesperada busca pelo prazer sexual. Com trajetórias caóticas nos campos familiar e sentimental, os irmãos terão suas vidas unidas em um ponto comum. Ainda, como nos diz a sinopse brasileira, existe a “iminência de uma mutação jamais imaginada pela ficção”.

Les particules élémentaires foi objeto da maior polêmica literária da década de 90 na França, e fez do autor, Michel Houellebecq, uma personalidade cultural reconhecida internacionalmente. Dito isso, parece mesmo se tratar de uma leitura intrigante e fora do comum. E, como eu sempre digo, em francês é mais gostoso. Neste caso, não duvido que seja!

LES PARTICULES ÉLÉMENTAIRES, de Michel Houellebecq, J’ai Lu.
RÉSUMÉ : L'un est un scientifique de renom, l'autre est anonyme ; Michel et Bruno sont demi-frères et n'ont rien en commun, sinon une propension au malheur. En cette fin de XXe siècle qui voit le monde occidental courir à sa perte, il est évident que Michel Djerzinski et Bruno n'ont aucune chance. Ce qu'illustrent leurs vies exemplaires n'est rien moins que la troisième mutation métaphysique de l'histoire du monde.

Michel, chercheur en biologie rigoureusement déterministe, incapable d’aimer, gère le déclin de sa sexualité en se consacrant au travail, à son Monoprix et aux tranquilisants. Une année sabbatique donne à ses découvertes un tour qui bouleversera la face du monde. Bruno, de son côté, s’acharne en une quête désespérée du plaisir sexuel. Un séjour au "Lieu du Changement", camping post-soixante-huitard tendance new age, changera-t-il sa vie ? Un soir, une inconnue à la bouche hardie lui fait entrevoir la possibilité pratique du bonheur.

Par leur parcours familial et sentimental chaotique, les deux demi-frères illustrent de manière exemplaire la société d’aujourd’hui et la quête complexe de l’Amour vrai. Le récit, en trois parties, se déroule entre 1998 et 2009, et raconte l'histoire alternée de Bruno et Michel, nés à la fin des années cinquante, que les hasards de la vie (et un coup de pouce des géniteurs) ont mis à un certain moment en relation. Bonheur, sexe, religion, clonage... un roman provocateur et polémique.


PROMOÇÃO: “A gente se acostuma com o fim do mundo”

Sorteios e concursos 9 de julho de 2013 Aline T.K.M. 19 comentários

Como de praxe, cá estou superempolgada, quase quicando de animação (e apelando para um pouco de exagero!), porque tem sorteio do livro A gente se acostuma com o fim do mundo, de quem vocês já devem estar de saco cheio de me ver babando ovo... Falo do Martin Page, claro. LEIAM O REVIEW AQUI.

E aproveitem: esta é a última promoção do Martin Page aqui no blog, pelo menos até ter outro lançamento dele em terras brasileiras.

Confio que vocês não vão perder essa, caso contrário estarão jogando fora a chance de ler um livro EXCELENTE – tá, um pouco de drama não faz mal a ninguém, mas juro que é verdade!
Para participar...
1. Curtir a página do LIVRO LAB no Facebook.
2. Compartilhar esta imagem no mural do Facebook.
3. Comentar neste post, confirmando a participação.

Não se esqueçam de preencher o formulário Rafflecopter aqui no post.

Chances adicionais:
1. Seguir @aline_tkm
2. Tuitar a seguinte frase:
#PROMO O blog Livro Lab vai me dar um LIVRAÇO do Martin Page: http://tinyurl.com/promo-martinpage

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IMPORTANTE:
- Para concorrer, é necessário ter um endereço no Brasil.
- Serão aceitas participações até 10/08/2013.
- Todos os itens obrigatórios deverão ser cumpridos para que a participação seja válida.
- O resultado será publicado neste mesmo post.
- Logo da publicação do resultado, enviarei um e-mail ao sorteado(a), que deverá ser respondido em até 3 dias. Não havendo resposta dentro do prazo, será feito um novo sorteio.


O Grande Gatsby [F. Scott Fitzgerald]

Anos 20 6 de julho de 2013 Aline T.K.M. 34 comentários


Ao se mudar para uma modesta casa em Long Island, Nick Carraway torna-se espectador do mundo extravagante de seu vizinho, o milionário Jay Gatsby, cuja mansão abriga frequentes e esbanjadoras festas. A intenção de Gatsby – e sua motivação para perseguir o enriquecimento e o status – é apenas atrair um antigo amor, Daisy, então casada com o aristocrata Tom Buchanan.
Nick descobre, então, a vida dos endinheirados. Um meio feito de traições, rumores, mentiras, e solidão. Neste clássico, F. Scott Fitzgerald pinta um retrato da decadência de uma sociedade materialista e deslumbrada no pós-guerra dos Estados Unidos.


Como pano de fundo, os “loucos anos 20”, a era do jazz e da exuberância, tempo em que se dançavam o charleston e o fox-trot. Aproximando o olhar, enxergamos a América pós-Primeira Guerra, na qual pipocavam novos-ricos e emergia o contraste social; a América da Lei Seca e do crime organizado. Agora, um close poderoso e vemos uma história de amor frustrado. E vemos também Jay Gatsby.

O romance, que figura na lista dos mais importantes do século 20, descortina um amor como raramente se viu. A determinação de Gatsby em sua escalada social, ainda que objetiva, é nutrida tão somente por um sentimento à beira do lírico, deveras ingênuo e obsessivo. Sua Daisy é idealizada por ele, como que pintada com pincéis macios e pigmentos dourados. A luz verde emanada de sua casa, do outro lado da baía, é observada incansavelmente por Gatsby; algo como um sonho a ser alcançado, a razão maior de sua existência.

"Não há intensidade de ardor ou de euforia que possa desafiar aquilo que um ser humano é capaz de armazenar em seu fantasmagórico coração."

A figura de Gatsby é pouco a pouco desvendada no decorrer da leitura, ainda que a aura de mistério que o envolve lhe seja intrínseca. Detalhes de sua vida vão surgindo aos olhos do leitor – um observador em tempo integral, tal como Nick –, levando a que seja julgado das mais diferentes maneiras até que se chegue a uma só conclusão. Apesar de todo e qualquer detalhe sombrio acerca de suas posses, Gatsby é o único ser de verdadeiro valor humano dentre os que o rodeiam. Tudo o mais não passa de mera aparência.

No mesmo pacote, uma sociedade com seus valores corrompidos, e um “sonho americano” fadado ao fracasso justamente por seu aspecto inatingível, utópico. As festas na mansão de Gatsby são o próprio retrato do encanto, da perfeição de um lugar onde não existem problemas sociais nem econômicos. Mas, uma vez fora das noites regadas a álcool em plena lei seca, damos de cara com uma classe trabalhadora submetida a condições precárias, somente enxergada – e também vigiada – pelos grandes olhos de um outdoor do tal oculista Eckleburg.

Para além das aparências e do materialismo, no fim, existem barreiras muito mais sólidas do que se imagina – e do que imaginava até mesmo o próprio Jay Gatsby –, e talvez esta seja uma das mais marcantes mensagens dessa obra.

LEIA PORQUE...
Só o solitário e misterioso Jay Gatsby já vale a leitura. Fitzgerald nos presenteia com um personagem enigmático, que não é verdadeiramente conhecido nem por aqueles que povoam suas festas. Os rumores duvidosos que essas pessoas fazem acerca de Gatsby intrigam também o leitor.

DA EXPERIÊNCIA...
Que delícia ler Fitzgerald! Narrativa rica e fluida, tão memorável quanto o próprio enredo.

FEZ PENSAR EM...
Coco Chanel; as obras doidas – e sensacionais – de Salvador Dalí. E me fez lembrar que continuo desejando louca e urgentemente ler Paris é uma festa, de Hemingway.

Título: O Grande Gatsby
Título original: The Great Gatsby
Autor(a): F. Scott Fitzgerald
Editora: L&PM
Edição: 2011 – Coleção L&PM Pocket
Ano da obra: 1925
Páginas: 208

5 motivos para ler Franz Kafka

5 motivos para ler 4 de julho de 2013 Aline T.K.M. 10 comentários

Celebrando o 130º aniversário do autor, que na verdade foi ontem (mas estou certa de que ele não se importa nem um pouco pelo atraso)...

Franz Kafka nasceu em Praga, República Tcheca (na época, pertencente à Áustria-Hungria), no dia 3 de julho de 1883. De família judia, cresceu influenciado pelas culturas judaica, tcheca e alemã; tinha o alemão como primeira língua, e era esse o idioma que utilizava para escrever. Apesar de ter se formado em Direito, sua verdadeira paixão era a literatura. Teve uma relação bastante conturbada com o pai (exposta na conhecida Carta ao Pai), deixando marcas que o escritor levaria por toda a vida.
Kafka sofreu de tuberculose durante alguns anos e faleceu no dia 3 de junho de 1924, na Áustria, em um sanatório onde se encontrava internado. Sua obra – em grande parte incompleta e publicada postumamente – é admirada mundo afora, e o escritor é considerado um dos mais influentes na literatura ocidental do século 20. A Metamorfose é sua obra mais conhecida.

5 motivos para ler Franz Kafka?

1. Kafka nunca atingiu grande reconhecimento e fama em vida. Aliás, se hoje conhecemos e temos acesso à sua obra, devemos isso ao também escritor Max Brod, amigo do autor. Kafka teria lhe confiado o desejo de que destruísse todos os seus manuscritos depois de sua morte; porém, felizmente, Brod não foi fiel à vontade do amigo...

2. O autor tem um vocábulo derivado de seu nome. Além de ter relação com o próprio escritor, e denominar aqueles que o admiram e estudam, “kafkiano” expressa característica absurda e surreal, remetendo a uma atmosfera incompreensível e labiríntica, própria da narrativa de Franz Kafka.

3. Seus textos são repletos de ironia e dor. De fato, Kafka fez parte da Escola de Praga, um movimento voltado para uma criação literária caracterizada pelo realismo, com tendência metafísica, e situada entre a lucidez da razão e um forte sarcasmo.

4. Sua obra é um retrato bastante fiel do ser humano moderno e de sua condição. As cidades são modernas, urbanas e burocráticas, lugar onde tudo assume enormes proporções; enquanto o homem é um ser frágil, inserido nesse ambiente hostil. Em obras como A Metamorfose e O Processo vemos bem esses aspectos.

5. Franz Kafka foi um cara introvertido, que levava em si certa misantropia tácita. Desajustado, o escritor foi acompanhado pela solidão durante toda sua vida; era incompreendido pelo pai, e suas relações amorosas foram atribuladas e inconstantes. Por outro lado era independente e prezava sua individualidade, chegando mesmo a buscar a solidão para dedicar-se à literatura – seu refúgio e razão de viver. A solidão pode ser vislumbrada em toda a sua obra, nos próprios personagens e/ou nas situações por eles vivenciadas.

PRINCIPAIS OBRAS:
A Metamorfose (escrita em 1912, publicada em 1915)
O Processo (escrita em 1914, publicada em 1925)
Carta ao Pai (escrita em 1919)
O Castelo (escrita em 1922, publicada em 1926)
Um Artista da Fome (conto publicado em 1922 e em 1924)
O Desaparecido ou Amerika (publicada em 1927)


Livro + Filme: Audrey Tautou em adaptação romântica e surreal de “A Espuma dos Dias”

Audrey Tautou 2 de julho de 2013 Aline T.K.M. 8 comentários

Filme A Espuma dos Dias

A Espuma dos Dias, cuja adaptação está atualmente em cartaz nos cinemas, foi o escolhido para este “livro + filme”...

...porque a Cosac Naify acaba de lançar uma nova edição brasileira do livro – que eu certamente lerei.
...porque o filme traz a queridinha Audrey Tautou (“Amélie Poulain”) e o talentoso Romain Duris como casal principal. Quem aí se lembra deles em Albergue Espanhol e em Bonecas Russas?
...porque a adaptação é assinada por Michel Gondry, que também dirigiu um dos meus filmes favoritos, Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças.
...porque o personagem Jean-Sol Partre é um trocadilho do filósofo existencialista francês Jean-Paul Sartre. Até os nomes das obras deste, o autor as substituiu por trocadilhos e sinônimos hilários.
...porque eu já assisti ao filme e é simplesmente adorável – o visual cativa e o uso de stop motion foi um plus!

Ok, já deu...

LIVRO: A ESPUMA DOS DIAS, DE BORIS VIAN

A Espuma dos Dias
SINOPSE: Publicado pela primeira vez em 1947, esse peculiar romance que fala de amor, doença e morte traz a história de seis amigos – Colin, Chick, Nicolas, Chloé, Alise e Isis – que vivem sob uma atmosfera ao mesmo tempo romântica e moderna na Paris dos anos 1950, num ambiente repleto de referências ao jazz e ao existencialismo.

Colin é um jovem rico que se apaixona e se casa com Chloé. Mas ela adoece – uma flor cresce em seu pulmão – e Colin se vê obrigado a gastar toda a sua fortuna para tratar a doença da amada. O tratamento consiste em cercá-la de flores para fazer com que regrida o nenúfar que Chloé tem crescendo no pulmão. A angústia de Colin ao tentar salvar sua esposa acaba por deformar tudo a sua volta.

Chick, grande amigo de Colin, apaixona-se por Alise, mas sua fixação pelo filósofo Jean-Sol Partre acaba por arruinar a vida do casal. Já Nicolas, o chef de cozinha de Colin, vive uma paixão em clima de aventura com Isis, amiga de Chloé e Alise.

A doença de Chloé, que avança ao longo da leitura, contamina a atmosfera da história: o que de início era belo e iluminado, torna-se sombrio e fúnebre.

Considerado um clássico moderno da literatura francesa, A Espuma dos Dias utiliza imagens poéticas e surreais para apresentar um universo absurdo. Uma obra profunda sobre a vida e o amor, apesar de sua aparente ingenuidade e simplicidade.
O autor, Boris Vian, além de escritor e poeta, foi também engenheiro, tradutor, cantor e compositor. Foi bastante influente no meio do jazz e teve forte identificação com o surrealismo e com o anarquismo.

FILME: A ESPUMA DOS DIAS (L’Écume des Jours, dirigido por Michel Gondry, França, 2013.)

Trata-se da segunda adaptação cinematográfica francesa da obra (a primeira teve direção de Charles Belmont e foi lançada em 1968). A Espuma dos Dias também teve uma adaptação japonesa, em 2001, intitulada Chloe.



Agora eu, humildemente, vos peço: corram para assistir a esse pequeno tesouro no cinema!

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