Últimos vídeos    |  Se inscreva no canal
Resenha: Meu Ano de Descanso e Relaxamento  Leituras de 2022  Resenha: Belo Mundo, Onde Você Está
Semana do Consumidor Amazon | Livros

O Substituto [David Nicholls]

Comédia dramática 30 de setembro de 2013 Aline T.K.M. 10 comentários


Stephen C. McQueen (nenhuma relação com o Stephen McQueen famoso, infelizmente) mora em uma quitinete que ele insiste em chamar de estúdio no mais afastado subúrbio de Londres e tem um talento especial para a falta de sorte. E é o ator substituto de Josh Harper, que interpreta Lorde Byron na peça "Louco, mau e perigoso de se conhecer". No entanto, os sentimentos por Nora, a esposa de Josh, colocarão em conflito as escolhas de Stephen, e podem pôr em risco a grande chance de sua carreira.

Como já esperado, encontramos outro dos protagonistas de Nicholls, um cara de boa índole porém fracassado em quase todos os sentidos da palavra.

De maneira simples e ágil, acompanhamos as derrotas profissionais, familiares e amorosas de Stephen C. McQueen, um ator que só consegue papéis duvidosos e que é o substituto do queridinho da mídia Josh Harper em uma peça sobre a vida de Lorde Byron. Só que Josh nunca fica doente, nunca mesmo, assim que Stephen ainda não teve oportunidade de subir ao palco no papel principal.

Repleta de passagens engraçadas protagonizadas por personagens dotados de certa esquisitice, a trama diverte. Compararia-a facilmente com um daqueles filmes de comédia dramática que a gente encontra por aí, com um protagonista desajeitado e bonzinho.

Aliás, Stephen é exatamente isso, um bonzinho desajeitado, meio esquisito (não “esquisito-cool”, mas apenas “esquisito-esquisito”) e mestre em passar por situações que causam extrema vergonha alheia no leitor. Só não supera o Brian de Resposta Certa, do mesmo autor – nunca senti tanta vergonha alheia como com as peripécias do Brian.

Claro que Stephen irá se apaixonar sem ser correspondido! Esse tipo de coisa é regra em histórias como esta. Os clichês, apesar de presentes, não assumem forma negativa em momento algum. Nicholls trouxe, de novo, situações inusitadas que – sei que é estranho dizer – são e, ao mesmo tempo, não são clichês. Ou clichês um pouco menos óbvios. Ou ainda, clichês bem utilizados.

Um sujeito que parece aguardar eternamente seu deslanchar, sua grande chance. Um mero substituto do protagonista de uma peça, que nessa mesma peça interpreta uma figura fantasmagórica em malha preta e máscara com apenas alguns segundos de palco; que é sempre o Morto, o Cadáver ou a Vítima; que atua na pele de um esquilo falante em vídeos infantis que tenta a todo custo esconder. Um cara que já não é tão jovem, com uma filha de sete anos e um divórcio que ainda não conseguiu superar; que se apaixona justamente por Nora, a mulher de seu rival, o 12º Homem mais Sexy do Mundo...

Stephen poderia ser apenas um protagonista loser e irritante. Mas não; apesar da falta de traquejo do personagem e do tom hilário da trama, Stephen acaba por surpreender e faz com que O Substituto traga uma mensagem válida e um “algo a se pensar” além das risadas. No fim das contas, até que ponto se pode ir em nome da carreira dos sonhos?

LEIA PORQUE...
Os personagens e situações criados por David Nicholls garantem boas risadas, sua escrita é ágil, com bastante diálogo e tiradas interessantes.

DA EXPERIÊNCIA...
Por que perder tempo com leituras leves e ruinzinhas, se a gente pode optar por leituras leves e legais? Pois é, O Substituto é uma dessas leituras leves e boas, um livro espirituoso e nada vazio.

FEZ PENSAR EM...
Livrar-se de algo jogando no Tâmisa! O alívio de vê-lo ir embora com a correnteza, com o vento. Uma sensação que eu gostaria de provar um dia, e que fosse tão libertadora quanto o foi no livro.

Título: O Substituto
Título original: The Understudy
Autor(a): David Nicholls
Editora: Intrínseca
Edição: 2013
Ano da obra: 2005
Páginas: 320

Um livro e um guarda-chuva numa bolsa Kipling

Kipling 27 de setembro de 2013 Aline T.K.M. 10 comentários


Desde sempre, tenho mania de levar duas coisas dentro da bolsa: um guarda-chuva e um livro. Quando eu troco de bolsa, não é raro me esquecer de transferir alguns itens de importância inegável; mas o guarda-chuva e o livro, ah, eles sempre estão lá, são quase sagrados, itens indispensáveis para a minha sobrevivência.

Não saio sem bolsa; senão, como é que eu iria conseguir transportar meu guarda-chuva, minha leitura do momento, e meus buttons preferidos, tudo ao mesmo tempo? Pois é. Ainda mais porque sair para ler ainda figura entre os meus programas prediletos.

Por isso, acho bacana falar aqui da nova Coleção Holiday, da Kipling. É, aquela mesma, a do macaquinho simpático com nome de gente. A Holiday faz parte da linha Basic, a primeira desenvolvida e a mais reconhecida da marca.

Cara, é engraçado falar da Kipling porque me remete aos tempos de colégio, tempos em que eu já carregava uma Kipling azul surradinha nas costas (com um guarda-chuva e um livro sempre, claro) que fazia conjunto com um estojo Kipling da mesma cor. E confesso que sempre preferi os macaquinhos “meninas” – é, tinha disso também, eu imaginava esses chaveirinhos como filhos, ou extensões de mim mesma, vai entender!

Depois vieram outras Kipling, menorzinhas e de outros tons de azul (nossa, agora me dei conta de que todas as minhas Kipling são azuis. Perturbador!).



Mas voltemos à Coleção Holiday. O destaque são as cinco novas cores, para sair combinando com tudo (ou “descombinando”, como eu prefiro: fica mais lúdico). Dá para fazer graça e brincar de combinar as cores com a capa daquele livro que eu estou levando... Tá, é brincadeira! (Liga não, devaneios de uma pessoa já louca por uma bolsa da coleção...)



Basicamente, aquela bolsa que a gente já adora com uma carinha nova e divertida; cores cheias de frescor, descoladas sem jamais perder a meiguice. Zíperes e os vários bolsos onde a gente (leia-se eu) tem mania de socar papeizinhos de todo tipo! =)

Aquela Kipling azul surradinha dos meus anos de ensino médio? Continua aqui também e ainda vai comigo para tanto lugar...

Este post é destinado à 2ª Seleção Correspondentes Kipling, mas não vou negar que foi divertido escrevê-lo, e que tudo o que eu disse é verdadeiro!



(Pseudo) Caixinha do Correio – ago-set/2013

Audrey Hepburn 26 de setembro de 2013 Aline T.K.M. 14 comentários


Finalmente um (Pseudo) Caixinha do Correio do mês vigente! Tem pouca coisa, mas foi empolgante gravar o vídeo: ganhei um presentinho inesperado!



EM TEMPO!
Recebi ontem o poster e os ingressos de Frances Ha da promoção da Vitrine Filmes! O poster é grandão e ainda vou ver onde coloco (mostro no próximo vídeo!).

E como eu já assisti ao filme, o par de ingressos vai para vocês! Farei um sorteio relâmpago aqui no blog, até porque o filme já está já há um tempo em cartaz, e a ideia é sortear os ingressos antes que o filme saia dos cinemas (jura?!).

Então, olha só, para concorrer a um par de ingressos para o filme Frances Ha, basta informar um e-mail válido e pronto!
Agora, caso estejam loucos de vontade de ver esse filme na faixa, vocês ganham chances adicionais ao divulgarem pelo Twitter (via formulário abaixo).

Ah, não se esqueçam de preencher o formulário. E apressem-se, pois a promoção só vai até o dia 30 DE SETEMBRO!


a Rafflecopter giveaway




IMPORTANTE:
- Para concorrer, é necessário ter um endereço no Brasil.
- Serão aceitas participações até 30/09/2013.
- O resultado será publicado neste mesmo post.
- Logo da publicação do resultado, enviarei um e-mail ao sorteado(a), que deverá ser respondido em 1 dia útil. Não havendo resposta dentro do prazo, será feito um novo sorteio.

Uma vida [Guy de Maupassant]

À la française 25 de setembro de 2013 Aline T.K.M. 3 comentários


1819. Jeanne deixa o convento onde passou a adolescência para voltar a viver na companhia dos pais e de Rosalie (sua irmã de leite e dama de companhia de sua mãe), em um castelo na região da Normandia, França. Inocente e cheia de sonhos – fruto de uma educação distante do mundo real –, Jeanne aguarda com fervor o dia em que se casará e idealiza toda uma vida de felicidade naquele castelo. Apaixona-se, casa-se, tem um filho, e se vê presa a um destino banal, medíocre, incrustado numa realidade intimamente crua.

Primeiro romance de Maupassant – ele escrevia basicamente contos até então –, Uma vida é um romance do realismo francês. Tendo sido discípulo de Flaubert, não é de admirar a semelhança entre o romance de Maupassant e o também clássico Madame Bovary, principalmente no que diz respeito à idealização amorosa nutrida por suas protagonistas. (Não li – ainda – Madame Bovary, mas estamos trabalhando o livro na aula de francês, e ainda, na edição que li, há um dossiê sobre o contexto histórico e literário da obra; falarei mais sobre isso adiante.)

Jeanne é tudo aquilo que as mulheres de hoje em dia temem ser e/ou parecer. Alguém que crê no amor perfeito e ideal, no príncipe encantado, e ali deposita toda a motivação de seu ser. Fruto da educação da época: as moças são criadas para se casarem, assim que nada mais natural do que fazer dessa “doce espera” um momento de sonhos, a serem lindamente realizados com a chegada dele.

Como obra observadora da realidade, é certo que Jeanne passa por maus bocados, que encontra desilusão após desilusão. E trata de acreditar que esteve fadada à infelicidade. Sim e não; a posição da mulher na época não teria permitido grandes reviravoltas para Jeanne, mas seus sentimentos – de extrema pureza – e sua visão de mundo contribuíram em seu caminho rumo ao fundo do poço.

Dizer fundo do poço não é exagero de minha parte; as mazelas da protagonista não lhe dão trégua durante a vida. Marido, filho, amigos, todos revelam alguma impureza de caráter e sentimento. Tão irônico como pode parecer, depois da morte dos pais (criaturas bondosas por essência), somente uma presença inesperada é capaz de se colocar ao lado de uma Jeanne já em frangalhos. Além do velho cachorro sempre esquecido por todos.

No entanto, o desfecho revela o vislumbre de algo mais, cabendo ao leitor especular se, afinal, o destino dará a Jeanne momentos de felicidade serena, ou se ocorrerá mais uma repetição de desilusões. Pouco importa; a vida, segundo disseram a Jeanne, nunca é tão boa ou tão ruim quanto imaginamos que ela seja.

LI EM FRANCÊS
Foi uma leitura rápida, mas manter o dicionário fora do campo de visão foi algo extremamente necessário. Procurar o significado de cada palavra desconhecida desanima (e não são poucas; consideremos a época em que o romance foi escrito). Bem melhor é ler de maneira fluida, portanto mais dinâmica, ao aplicar a compreensão aproximada pelo contexto. Dá certo, eu garanto. Algumas palavras pedem, sim, uma olhada no dicionário, algumas. De resto, usem a intuição, um pouquinho de lógica, e se joguem na sofreguidão de Jeanne.

A edição que li traz um dossiê bem completo. São 27 páginas que esclarecem um pouco mais sobre Maupassant, bem como a influência exercida por Flaubert, além de um retrato do contexto histórico da obra, um olhar mais profundo acerca de certos elementos e das características femininas – como Jeanne se insere no realismo, e sua semelhança com personagens de outros clássicos.

Edição lida: Une vie, Pocket (collection Classiques – 6026), 294 páginas, edição 2011.

LEIA PORQUE...
As descrições são um verdadeiro deleite. Maupassant quase nos faz sentir a relva, os ventos gelados, as folhas caídas no campo... Os personagens se fundem com o ambiente ao redor, e também o leitor passa a ter as belas paisagens normandas como seu lar durante a leitura.

DA EXPERIÊNCIA...
Os primeiro capítulos foram arrastados, confesso. Cheguei a achar que seria uma leitura chata e sem sal, e ainda pensei “Pô, ’Maumau’, sacanagem, hein...” Ainda bem que estava enganadíssima. Longe de ser sádica, foi envolvente ver Jeanne sofrer no casamento, vê-la colher os frutos por ter criado um filho cheio de mimos e superproteção. Senti uma pena danada, mas foi envolvente.

FEZ PENSAR EM...
“A humilde verdade”, subtítulo da obra, resume cada linha. No final, essa poderia ter sido a vida de qualquer um, uma vida onde a realidade faz cair por terra os devaneios de juventude.

Título: Uma vida
Título original: Une vie
Autor(a): Guy de Maupassant
Editora: Nova Cultural
Edição: 2003
Ano da obra: 1883
Páginas: 318

Filmes que dariam ótimos livros

Christophe Honoré 23 de setembro de 2013 Aline T.K.M. 15 comentários

Frequentemente, eu e você nos pegamos pensando que o livro daquele cara lá, aquele cuja trama se passa numa cidadezinha remota, que tem aquele casal inesquecível, daria um bom filme. Aliás, bom não; um ótimo filme.

E o contrário, alguém já parou para pensar?

Quero acreditar que não sou a única a navegar nessas águas. Na esperança de que vocês compartilhem comigo ideias semelhantes, exponho aqui os filmes que eu creio que dariam livros incríveis, se ao menos alguém os tivesse escrito antes de saírem nas telonas. (O inverso, não; simplesmente não acredito em livros “adaptados” de filmes, é o tipo de coisa que nunca vi dar certo.)

Eis então, em minha opinião e segundo meu gosto cinematográfico, alguns filmes que dariam ótimos livros:

CANÇÕES DE AMOR
Les Chansons d’Amour, de Christophe Honoré, França, 2007.


Não é só por ser meu filme preferido, mas acredito verdadeiramente que Canções de Amor daria um bom livro. Seria um daqueles de narrativa introspectiva, onde muito mais aconteceria no interior dos personagens do que no mundo ao redor deles. Imagino até que poderia parecer um tanto arrastado em determinados momentos, mas seria um livro que eu certamente leria com prazer. Só seria uma pena não ter as músicas (o filme é um musical) lindas do filme.

BEM-AMADAS
Les Bien-Aimés, de Christophe Honoré, França, 2011.


O que me faz acreditar que esse seria um livro suficientemente interessante é o fato de que a história do filme abrange duas gerações, mãe e filha, e suas intempéries no amor. Como livro, as diferenças e semelhanças (que ocorrem de forma simultânea) entre as duas mulheres produziria um resultado marcante. Também o pano de fundo, os locais e o contexto histórico em que se inserem os personagens – Praga nos anos 60, Londres nos anos 80, o “11 de setembro”, Paris – seria uma característica das mais interessantes. Quanto às músicas, fica válido meu comentário sobre Canções de Amor, logo acima.

BRILHO ETERNO DE UMA MENTE SEM LEMBRANÇAS
Eternal Sunshine of the Spotless Mind, de Michel Gondry, EUA, 2004.


A impressão que tenho, assim, logo de cara, é de que se Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças fosse livro, seria uma obra incrível. Aliás, bem mais que incrível. As nuances psicológicas da história e o amor que, de tão intenso, chega a ser insuportável quando não mais correspondido, dariam um livro de emoções bruscas e reflexões profundas. Esse até poderia ser um livro chorável.

O ANJO EXTERMINADOR
El Ángel Exterminador, de Luis Buñuel, México, 1962.


Uma história que sucede toda em uma sala. Assim seria o livro de O Anjo Exterminador, se existisse. E garanto: o grau de pressão psicológica seria tamanho que jamais haveria lugar para o tédio nessa narrativa. Imaginaria uma leitura tensa e pontuada por excessos, perante a qual seria impossível ficar indiferente. Isso além da crítica às convenções sociais, às elites e à religião. Um livro que dividiria seus leitores em dois grupos igualmente convictos: os que o idolatrariam, e os que o detestariam.

-----

Eu ia incluir aqui SUBMARINO, de Richard Ayoade, filme de atmosfera melancólica e com trilha sonora perfeita. Mas aí descobri que, esse sim, foi adaptado de um livro (!!!). Com título homônimo, o romance YA é de Joe Dunthorne e foi lançado pela Galera Record em 2011.
No fim das contas, escrever este post me rendeu uma feliz descoberta.

Promoção: 20 kits de marcadores

Sorteios e concursos 19 de setembro de 2013 Aline T.K.M. 10 comentários


Sorteio mais fofo!
20 sortudos irão levar para casa esse kit de marcadores infantis lindinhos da Callis Editora. Isso mesmo, você não leu errado, serão 20 ganhadores! Bora participar?!

PARA PARTICIPAR:
Informar um e-mail válido e preencher o formulário Rafflecopter abaixo.

CHANCE EXTRA:
Inscrever-se no canal do blog no YouTube.


a Rafflecopter giveaway
IMPORTANTE:
- Para concorrer, é necessário ter um endereço no Brasil.
- Serão aceitas participações até 16/10/2013.
- O resultado será publicado neste mesmo post.
- Logo da publicação do resultado, enviarei um e-mail ao sorteado(a), que deverá ser respondido em até 3 dias. Não havendo resposta dentro do prazo, será feito um novo sorteio.

VÍDEO: Minha mania de Frida

Arte 18 de setembro de 2013 Aline T.K.M. 4 comentários

Há um tempinho venho querendo mostrar por aqui minha pequena coleção de “o que quer que seja” da Frida Kahlo, uma das minhas grandes ídolas.

Tem folheto de museu, ingressos... mas também tem alguns livros – inclusive a imensa biografia que estou lendo no momento. No final, mostro um livrinho especial que vocês poderão ganhar aqui no blog.

Espero que gostem!



1984 [George Orwell]

Clássicos 16 de setembro de 2013 Aline T.K.M. 15 comentários


Winston vive aprisionado na grande engrenagem de uma sociedade totalmente dominada pelo Estado, onde tudo é feito coletivamente, mas onde cada qual vive sozinho. Ninguém escapa à vigilância, nem à vingança do Grande Irmão, a mais famosa personificação literária de um poder cínico e cruel ao infinito.

Um mundo dividido em três superpotências em constante guerra; um homem sozinho desafiando uma tremenda ditadura é tomado por uma paixão furtiva e libertadora pela colega Julia, enquanto nutre expectativas de unir-se a uma organização que luta contra o Partido.

1984, último romance de George Orwell, ainda se impõe como poderosa reflexão ficcional sobre a essência nefasta de qualquer forma de poder totalitário.

Poderia escrever uns cinco reviews e todos eles sairiam diferentes; 1984 é uma obra de várias nuances. O caminho que escolhi para orientar esse review – e evitar que pareça uma colcha de retalhos – é o do conceito da Verdade que, afinal, permeia toda a trama.

Imaginem uma sociedade onde tudo e todos são controlados pelo Partido, que assume a forma do Grande Irmão, este representado por um rosto imenso – com direito a bigodinho e olhos que parecem nos observar de todos os ângulos – em cartazes espalhados em todo canto. Teletelas cuja programação se resume a mensagens que o Partido deseja que você veja/ouça (incutidas nas notícias, nas músicas,...); aparatos que funcionam também como uma espécie de espelho falso, permitindo que o espectador seja observado do outro lado, e que possuem a curiosa particularidade de, pasmem, jamais poderem ser desligados.

Winston, o protagonista, é a minoria de um, o cara cujos pensamentos vão além do controle do Partido. Alguém que não consegue colocar totalmente em prática o duplipensamento – a capacidade de “sustentar duas crenças contraditórias na mente simultaneamente”, aceitando e acreditando nas duas. Justo ele, que trabalha no Ministério da Verdade e que lida diariamente com a manipulação de fatos passados de acordo com a conveniência do Partido. Que já teve em mãos provas concretas da mentira que se faz passar por verdade (e que, por isso, acaba por tornar-se, de fato, verdadeira), do contínuo jogo de pôr à prova a memória e a capacidade de raciocínio da população, devidamente controlados pelo Partido.

E ainda há a Novafala, uma língua em processo de instauração que visa à redução drástica do vocabulário a fim de impossibilitar a expressão de ideias hereges. Não é à toa que a presença em si do mínimo de consciência faz Winston entrar em parafuso.

Também o relacionamento – proibido – entre Winston e Julia tem suas particularidades. A moça, com sua atitude rebelde e pensamento desobediente, acaba revelando um imenso tédio com relação à política; para Julia só existe o presente, nada mais. A esperança de encontrarem em O’Brien um aliado em suas ideias promove reviravoltas: este terceiro personagem revelará muito da essência dos outros dois, principalmente de Winston, e da Verdade ela própria.

Afinal, o que é a Verdade? Existe uma realidade independente de tudo, uma verdade exterior? Ou a verdade se encontra na mente das pessoas e, portanto, é definida conforme o que é aceito pela maioria, a crença dominante? Tais dúvidas surgem diante do fato de que tudo é passível de ser alterado, da possibilidade de se criar homens mortos e fazê-los existir “com a mesma autenticidade e com base no mesmo tipo de evidência que Carlos Magno ou Júlio César”.

O texto repleto de inquietudes e os protagonistas tão humanos quanto o Partido jamais poderia permitir – e que faz de tudo para erradicar – fazem de 1984 uma obra extremamente atemporal. Conforme revela o posfácio de Erich Fromm, o livro não só descreve barbáries passadas, como se refere também a todos nós; o livro fala do ontem, do hoje e do amanhã, tudo ao mesmo tempo e misturado. Utilizo um trecho, agora do posfácio de Ben Pimlott, que cabe com perfeição aqui: “1984 é um grande romance e um grande tratado por causa da clareza de seu chamado, e irá resistir porque sua mensagem é permanente: os pensamentos incorretos são a essência da liberdade”.

1984 insere questões na mente do leitor assim como o próprio protagonista questiona a realidade em que vive. Questões que não são de todo novas, uma vez que “os melhores livros são aqueles que lhe dizem o que você já sabe”, segundo o que nos conta o próprio Winston.

LEIA PORQUE...
Política; o ser humano como indivíduo; pensamento crítico; o amor. 1984 entrelaça tudo isso em uma distopia construída de forma magnífica. Um clássico moderno que pode ser lido como um romance, ou como um verdadeiro apelo. Ou ainda como uma crítica – a quê, exatamente, fica a critério de cada um (mencionei que o livro tem nuances diversas).
Essa edição contém três posfácios imprescindíveis, tão ricos quanto a própria obra.

DA EXPERIÊNCIA...
Meu primeiro contato com George Orwell. Já sabia por alto do que se tratava o livro, e ainda assim a leitura me surpreendeu.
Não sei se vocês lembram, mas a série Feios, do Scott Westerfeld, já chegou a ser comparada com 1984. De fato, muitos dos conceitos trazidos na série são de natureza semelhante aos do clássico, ainda que em menor grau de complexidade e com abordagem diferente.

FEZ PENSAR EM...
Como 1984 consegue ser um retrato, ainda que exagerado, do mundo de hoje. Tomando em conta todas as diferenças e as devidas proporções, em nível metafórico dá para enxergar ali instituições diversas, e até mesmo o universo das grandes corporações.
Impossível não pensar também na grandiosa trilogia 1Q84 do Murakami, inspirada no livro de Orwell.

Título / Título original: 1984
Autor(a): George Orwell
Editora: Companhia das Letras
Edição: 2009
Ano da obra: 1949 (Posfácios: 1961, 1989 e 2003)
Páginas: 416
Onde comprar: Fnac | Submarino | Saraiva (eBook) | Livraria Cultura (eBook) | Amazon (edição Kindle)

5 motivos para ler Alessandro D’Avenia

5 motivos para ler 13 de setembro de 2013 Aline T.K.M. 14 comentários


Quantos de vocês não se emocionaram com Branca como o leite, vermelha como o sangue?

Alessandro D’Avenia nasceu no dia 2 de maio de 1977, em Palermo, Itália. É graduado em Literatura Grega e possui doutorado em Antropologia da Antiguidade; no entanto, foi nas salas de aula repletas de jovens que ele encontrou sua verdadeira vocação. A enorme paixão pelo ensino e a preocupação em contribuir para o crescimento pessoal dos alunos são características do “prof” Alessandro.

Mas a necessidade de contar histórias sempre esteve com ele. Resolveu aventurar-se na área e dessa aventura nasceram seus dois livros – até o momento – e uma grande identificação e admiração por parte dos leitores mundo afora.
E o mais legal: até onde sei, Alessandro continua dando aula para jovens em um liceu, em Milão.

5 motivos para ler Alessandro D'Avenia:

Poster do filme "Branca como o leite,
vermelha como o sangue"
1. Seu primeiro livro, o best-seller Branca como o leite, vermelha como o sangue, virou filme. Adaptado pelo próprio D’Avenia e dirigido por Giacomo Campiotti, o longa homônimo estreou em 2013 nos cinemas italianos. Um detalhe curioso é que o casting do elenco juvenil foi aberto ao público, qualquer pessoa podia participar enviando um teste de vídeo pela internet.

2. Alessandro é um leitor eclético; diz ler de tudo, desde quadrinhos até Dostoiévski.

3. Então, em determinado momento, D’Avenia decidiu fazer uma pós-graduação em Produção de Roteiros; escolheu esse caminho como uma espécie de atalho para aprender a técnica de contar histórias. Como roteirista, escreveu alguns episódios de uma série da Disney, e também ganhou um prêmio pelo roteiro de uma comédia para o cinema.

4. O escritor mantém o blog Prof 2.0, onde publica (em italiano, instantaneamente traduzível se acessado pelo Google Chrome...) desde artigos relacionados à vida na sala de aula, até dicas de livros, filmes, e o que mais interessar. Segundo D’Avenia, o nome do blog sugere a utilização criativa da web através de um laboratório de ideias onde todos são professores e alunos ao mesmo tempo.

5. Não se deixe enganar pela simplicidade do enredo e da narrativa de Alessandro D’Avenia; reflexões e ideias um tanto filosóficas se encontram incutidas em passagens aparentemente ordinárias. Seu texto jovem e fluido provoca reviravoltas internas no leitor e sabe como tocá-lo; seus livros falam de adolescentes e da própria adolescência, sem jamais restringir a faixa etária de quem os lê – desde os novinhos até os já adultos.

PRINCIPAIS OBRAS:
Branca como o leite, vermelha como o sangue (2011)
Coisas que ninguém sabe (2013)

Livro + Filme: Bling Ring - A gangue de Hollywood

Intrínseca 11 de setembro de 2013 Aline T.K.M. 10 comentários

Os suspeitos usavam Louboutin...

Finalmente assisti ao filme. Digo finalmente porque queria tê-lo visto assim que estreou. Daí surgiu a oportunidade de assistir antes mesmo do lançamento, em uma exibição especial para a qual a Intrínseca convidou os blogueiros parceiros – e ainda ganharíamos o livro no fim da sessão. Fui contente, mas não rolou; houve um problema na cabine de projeção e o filme não poderia ser exibido em outra sala nem nada. Fiquei lá no cinema um tempão, meio que “curtindo” meu desolamento, mas no fim fui embora. A Intrínseca logo avisou que haveria uma outra sessão – agora sim, com filme – mas não consegui comparecer. Resultado: fiquei sem filme nem livro.

Ainda não tenho o livro, mas ao filme eu assisti – e nem poderia ser diferente, já que gosto dos filmes da Sofia Coppola. E curti. Demais.
Então, assistam e leiam; ou leiam e assistam...

LIVRO: Bling Ring: A gangue de Hollywood, de Nancy Jo Sales, Intrínseca.
SINOPSE: Entre 2008 e 2009, as residências de Lindsay Lohan, Orlando Bloom, Paris Hilton, Audrina Patridge e diversas outras celebridades foram invadidas e saqueadas. Os ladrões, um grupo de jovens criados em um endinheirado subúrbio de Los Angeles, levaram o equivalente a 3 milhões de dólares em joias, dinheiro e artigos de grife, como relógios Rolex, bolsas Louis Vuitton, perfumes Chanel e jaquetas Diane von Furstenberg. O dinheiro roubado era gasto nos mesmos lugares luxuosos que as celebridades frequentavam – tudo devidamente postado nas redes sociais. Rebecca (a líder), Marc, Nicki, Sam e Chloe, usavam a internet para rastrear o paradeiro das celebridades, e então roubar suas casas – e adentrar um mundo ao qual eles almejavam pertencer.

As notícias surpreendentes sobre o caso chocaram Hollywood e intrigaram o mundo. Por que esses garotos, que em nada correspondiam à tradicional imagem dos bandidos, realizaram crimes tão ousados?

A jornalista Nancy Jo Sales, da revista Vanity Fair, entrevistou todos os envolvidos, incluindo os pais e os advogados dos jovens, e até mesmo as celebridades que sofreram os assaltos. E apresenta no livro todos os detalhes de uma das quadrilhas mais audaciosas de nossos tempos. Baseado em fatos reais.

FILME: Bling Ring: A gangue de Hollywood (dirigido por Sofia Coppola, EUA, 2013)

Com direção de Sofia Coppola, o filme foi escolhido para abrir a mostra Un Certain Regard, no Festival de Cannes 2013. Para o roteiro, Coppola buscou inspiração nas várias entrevistas, notícias e relatórios da polícia sobre os acontecimentos, além de experiências pessoais; e baseou-se no artigo da jornalista Nancy Jo Sales, “The suspects wore Louboutins”.

Também, o Tiago (do blog Cartaz da Cultura) publicou uma resenha do filme que vale a pena ser lida.

Vídeo: (pseudo) Caixinha do Correio - mai-jul/2013

Biruta 8 de setembro de 2013 Aline T.K.M. 21 comentários


Promessa é dívida! Aqui está o (pseudo) Caixinha do Correio com os "destaques" dentre os últimos livros que recebi de parceria. É que o mais recente (e primeiro) vídeo com o que recebi data do mês de março, então seria só um pouco impossível mostrar tudo o que recebi de abril para cá.

Tem bastante coisa, até! Há pouco mais de um mês finalmente recebi os livros atrasados da Rocco (comemorando até hoje, tamanha a alegria da pessoa). Espero que gostem!




Morte Súbita [J.K. Rowling]

J.K. Rowling 6 de setembro de 2013 Aline T.K.M. 13 comentários


“Coisas negadas, coisas não ditas, coisas escondidas e disfarçadas.”

A cidade de Pagford não é o que parece à primeira vista. A morte súbita de Barry Fairbrother, membro do Conselho Distrital, abala a vida da cidade e a de seus habitantes, como peças de um dominó que começam a tombar, uma seguida da outra, em consequência da queda da primeira peça. Pagford entra em estado de choque e o lugar que Barry deixou torna-se o catalisador de uma complexa guerra. Fields, um vilarejo detestado por suas carências, sofre o desprezo de Pagford mais do que nunca.

Um tal "fantasma" posta mensagens nada agradáveis no site do Conselho Distrital. Segredos explodem e se multiplicam. No final, quem sairá vencedor desta luta travada com tanto ardor, duplicidade e revelações inesperadas?


Como um daqueles filmes em que cada movimento dos personagens exerce impacto mútuo, Rowling apresenta um enredo minucioso, pontuado por ações e reações.

A podridão humana está presente em cada um dos habitantes da pacata Pagford e da indesejada Fields; mesmo os mais jovens têm sua inocência extinguida, já carregam consigo sentimentos de vingança, intolerância enraizada e a atitude de um estado de guerra permanente.

Morto nas páginas iniciais, Barry continua a influenciar toda a trama até o final, como a onipresença de um fantasma que paira – literalmente – sobre a cidade, em cada esquina e dentro de cada uma das casas.

Invariavelmente, a parte mais fraca é a que mais sofre com as consequências dos impasses e da disputa pelo poder, utilizado sobretudo a favor dos interesses pessoais de quem o possui. Fields estampa abertamente toda a putrefação moral que Pagford possui em seu interior, e que tenta a todo custo mascarar. Como que “perdida no tempo”, esta última se apoia em preconceitos arcaicos e em um falso moralismo; falar em tradições pagfordianas é mero pretexto.

A narrativa é tão impiedosa como a trama; dispensando gentilezas ao revelar um ser humano egoísta e de mente tendenciosa, a autora caracteriza as camadas sociais e seus integrantes a partir de ângulos múltiplos. Da essência dos personagens o leitor deve esperar o que de mais asqueroso pode haver. E quando achar que já alcançou o limite, ainda há mais imundície e desesperança, desdobradas em um texto impossível de largar.

Tão inevitável e cruel como o tombo dos indefesos, é a certeza de que as ações egoístas têm as consequências mais devastadoras. Apenas ninguém imaginava o quão devastadoras elas seriam.

LEIA PORQUE...
A narrativa deliciosa de Rowling em tema adulto torna esta uma leitura praticamente obrigatória. Conferir vida aos personagens (inclusive ao falecido Fairbrother) é uma habilidade inquestionável da autora, agora mais do que nunca.

DA EXPERIÊNCIA...
De tema delicado, a trama cutuca onde incomoda, além de penetrar fundo no interior – bastante sombrio – dos personagens, dissecando-os. Drogas, promiscuidade, bullying, violência doméstica, negligência. Uma leitura para pensar, durante e depois.

FEZ PENSAR EM...
Sabe a teoria do iceberg? O que está sob a superfície costuma ser maior e mais assustador do que imaginamos. Aplicável a tudo na vida.

Título: Morte Súbita
Título original: The Casual Vacancy
Autor(a): J.K. Rowling
Editora: Nova Fronteira
Edição: 2012
Ano da obra: 2012
Páginas: 504

Chez le Libraire : L’élégance du hérisson, de Muriel Barbery

À la française 4 de setembro de 2013 Aline T.K.M. 16 comentários


Um livro que ocupa uma das primeiras posições da minha lista de desejados há um bom tempo: A Elegância do Ouriço, da francesa Muriel Barbery. Também, a adaptação cinematográfica, intitulada O Porco-espinho, dirigida por Mona Achache (2009), está marcada com um “preciso ver, urgente!” num post-it mental dos tantos que carrego.

Para quem não conhece o livro, a história se passa em um prédio de gente endinheirada, lugar habitado por Renée, a zeladora ranzinza que esconde um lado erudito (talvez até mais erudito que o povo rico ao seu redor); e Paloma, uma garota que busca algum sentido na vida e que decide se suicidar quando completar treze anos. Um senhor japonês, então, se muda para o prédio e acaba por cruzar o caminho das duas...

O livro é bem popular no Skoob e acredito que muitos de vocês que por acaso estão passando por aqui já o terão lido, mas... a sugestão de hoje é ler em francês. A começar pelo título, charmosíssimo na língua original, L’élégance du hérisson.

L’ÉLÉGANCE DU HÉRISSON, de Muriel Barbery, Gallimard (Collection Folio nº 4439)
RÉSUMÉ : «Je m'appelle Renée, j'ai cinquante-quatre ans et je suis la concierge du 7 rue de Grenelle, un immeuble bourgeois. Je suis veuve, petite, laide, grassouillette, j'ai des oignons aux pieds et, à en croire certains matins auto-incommodants, une haleine de mammouth. Mais surtout, je suis si conforme à l'image que l'on se fait des concierges qu'il ne viendrait à l'idée de personne que je suis plus lettrée que tous ces riches suffisants.

Je m'appelle Paloma, j'ai douze ans, j'habite au 7 rue de Grenelle dans un appartement de riches. Mais depuis très longtemps, je sais que la destination finale, c'est le bocal à poissons, la vacuité et l'ineptie de l'existence adulte. Comment est-ce que je le sais ? Il se trouve que je suis très intelligente. Exceptionnellement intelligente, même. C'est pour ça que j'ai pris ma décision : à la fin de cette année scolaire, le jour de mes treize ans, je me suiciderai.»

NO BRASIL... A Elegância do Ouriço, de Muriel Barbery, Companhia das Letras.


PROMOÇÃO: “Deixa comigo”

Sorteios e concursos 2 de setembro de 2013 Aline T.K.M. 6 comentários

Bom, vocês sabem que quando eu mesma fico empolgada com alguma promoção do blog, é porque eu gostei LOUCAMENTE do livro e penso que o sortudo(a) que levá-lo para casa também irá curtir a leitura.

É exatamente assim com essa promoção: Deixa comigo, do uruguaio Mario Levrero (coleção Otra Língua, da editora Rocco).

Para quem ainda não viu, REVIEW DO LIVRO AQUI.
PARA PARTICIPAR É PRECISO:
A única obrigatoriedade para concorrer é informar um e-mail válido (para que eu possa entrar em contato caso você seja sorteado) no formulário Rafflecopter abaixo.

Mas há algumas chances adicionais também, facultativas – nada muito fatigante, não se preocupem!
Se quiserem divulgar o banner da promoção, fiquem à vontade, e ficarei muito grata!


É isso... participem e boa sorte! O livro é excelente, SÉRIO.

a Rafflecopter giveaway


IMPORTANTE:
- Para concorrer, é necessário ter um endereço no Brasil.
- Serão aceitas participações até 02/10/2013.
- O resultado será publicado neste mesmo post.
- Logo da publicação do resultado, enviarei um e-mail ao sorteado(a), que deverá ser respondido em até 3 dias. Não havendo resposta dentro do prazo, será feito um novo sorteio.


Parceiros